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terça-feira, março 01, 2011

Xavante teria sido agredido e preso por cinco dias em Barra do Garças sem comunicação

O índio Aurélio Xavante, da aldeia Sangradouro, em General Carneiro (MT), a km 443 de Cuiabá, denuncia que teria ficado cinco dias detido na Delegacia de Polícia de Barra do Garças, sem o conhecimento da família e nem da Funai. Ele desmaiou dentro da unidade e ao receber assistência no Pronto Socorro da cidade pediu ajuda a pessoas que lá se encontravam. Aurélio diz que teria sido espancado por policiais civis ao ser detido na segunda-feira da semana passada (21).

O Xavante, de 29 anos, foi acusado por um comerciante de ter furtado pequenos produtos alimentícios de seu estabelecimento. Diante da acusação, Aurélio saiu correndo, mas teria sido alcançado por policiais civis acionados pela suposta vítima.

Ele conta que foi agredido pelos agentes e que várias pessoas teriam testemunhado a ação sem nada ter feito para conter a suposta ação violenta. Na delegacia de Barra do Garças, o indígena ainda teria sido impedido de se comunicar com parentes ou com a Funai.

O também Xavante e vereador por General Carneiro, Augustinho Wawemra, repudia a ação dos policiais civis. “É muito triste ver um irmão sendo agredido pela polícia”, comenta ele, ressaltando que dias atrás outro indígena foi agredido e preso em Barra do Bugres. “Isso não pode ficar acontecendo”, acrescenta o vereador, temendo que depois da apreensão de frangos furtados por índios Xavantes em Primavera do Leste as polícias civil e militar passem a investir contra os indígenas indiscriminadamente.

Sobre a possibilidade de Aurélio ter mesmo furtado o mercadinho, Augustinho acha que somente a Polícia Federal e a Funai poderiam cuidar do caso e que existiriam outras maneiras de puni-los, menos a agressão física e muito menos deixa-lo incomunicável. E a respeito do grande consumo de álcool e drogas entre os indígenas, o vereador acredita que somente um amplo trabalho educativo poderá reduzir o problema.

Aurélio só foi liberado da prisão na sexta-feira passada (25) após determinação após ordem judicial.

por sandra carvalho

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