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quarta-feira, maio 26, 2010

Riva: "Prisão de Janete foi uma forma para me atingir"

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O presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP), está convicto de que a prisão de sua esposa, Janete Gomes Riva, na Operação Jurupari, realizada na sexta-feira, foi uma forma para atingi-lo. Ou seja: uso político do Judiciário. "Eu duvido que tenha qualquer gravação da Janete, qualquer visita dela à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) solicitando alguma coisa, algum benefício" - frisou o parlamentar, em discurso nesta terça-feira, na sessão legislativa.

"Sem dúvida, a dor é muito maior do que se fosse a minha prisão. Dói no fundo da alma ver uma pessoa inocente ser presa. Um dia eu falei para um cidadão de um site, olha, torça para isto não acontecer na sua vida, pois é fácil aplaudir a desgraça dos outros, incriminar inocentes, mas é difícil passar pelo que estamos passando" - disse, numa espécie de manifesto.

O deputado apresentou argumentos que evidenciariam que a fazenda indicada no inquérito da Polícia Federal como foco de ilegalidades ambientais, é na verdade, um modelo da aplicação das leis do país. Riva ainda questionou os critérios da Justiça ao decretar as prisões de sua esposa e de seu genro, na operação Jurupari, desencadeada na sexta-feira, dia 21. E desafiou autoridades e a imprensa a visitarem a área e comprovarem.

“Sou de carne e osso, sou humano e não posso deixar de falar. Até por que a sociedade me cobra e com toda a razão, porque sou representante da sociedade, sou um homem público" - acrescentou o parlamentar. Ele enfatizou que nesta terça-feira completou 27 anos que seu primeiro filho nasceu e considerou "um dia muito difícil". Emocionado, disse que não tinha direito  de ser fraco. "Confesso que num primeiro momento, vi com muita preocupação esta ação. Primeiro, que as vezes cometemos alguns exageros, como por exemplo, ao falar de decisões judiciais, pois elas são para serem cumpridas. Mas, num país democrático, temos o direito de nos defender e falar" - disse.

Riva disse que dos 10 mil hectares da fazenda de Janet, 3,8 mil são de pastagem. Nesse lugar, ele considera ter sido feito um sistema revolucionário, como forma de reduzir o desmatamento. "Em um hectare de pasto, nós colocamos o que antes usaria quatro na pecuária extensiva. Não acredito que vamos acabar com o desmatamento por decreto, mas sim, por meio de programas, de políticas públicas" - comentou.

Ele explicou que na fazenda Paineiras foram recuperados  32 mil hectares de área degrada. "Por gravidade, colocamos água em todos os pastos, o manejo foi criteriosamente executado. E diante das informações da operação, fiz um convite à Globo para visitar a fazenda e mostrar o que recuperamos e como trabalhamos. Convidei a própria Polícia Federal para que fosse lá, pois como se pode calcular um prejuízo ambiental, se não foram lá, se nem se quer verificaram a madeira extraída?".

O presidente do Legislativo disse que de cada árvore cortada na fazenda, quatro são plantadas. "Lá fazemos o manejo da extração da madeira, certificamos e pagamos todos os impostos. Por este motivo, digo que a ação é política".

"Um dia eu falei para um cidadão de um site, olha, torça para isto não acontecer na sua vida, pois é fácil aplaudir a desgraça dos outros, incriminar inocentes, mas é difícil passar pelo que estamos passando.

Acredito que entre estes presos deve ter alguém que fez algo de errado" - enfatizou.

O parlamentar ainda questionou os riscos que representaria sua esposa e demais presos serem soltos. "Na nossa casa, a Polícia chegou às 5h45, aliás, nunca vi uma equipe de policiais mais educados. Não ficou um único canto de minha casa sem ser vasculhado. Em nenhum momento eles se excederam" - comentou. Porém, não poupou o juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, a quem acusou de praticar excessos. Riva disse que Julier "não sabe o prejuízo que causa em nosso estado" por desrespeitar o direito de resposta e a democracia.

Riva acrescentou: "Eu duvido que alguém que visite a fazenda Paineiras e veja ela como foco de uma operação da PF ainda acredite que possa investir em Mato Grosso. É muito investimento para fazer o que fazemos ali e para manter. Só o Banco do Brasil sabe o número de vezes que recorremos a eles, só da última vez, foram R$ 800 mil. Na investigação, colocam que a fazenda está próxima de reservas indígenas, mas, só na frente colocam a distância, são mais de 70 quilômetros de distância das reservas".

José Riva ainda criticou o faz de contas do Judiciário de Mato Grosso. "Dizem que o prejuízo ambiental são de milhões e que os presos tem patrimônio de R$ 165 bilhões. Tem uma servidora da Sema que não tinha uma televisão e colocaram que ela tem patrimônio de milhões" - contou.

Fonte: 24 Horas News

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