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terça-feira, março 22, 2011

Escândalos que abalaram a história de Cuiabá

 LEITURA DE DOMINGO

Se os escândalos do passado em Cuiabá fossem hoje, tudo seria diferente. Hoje, temos Ministério Público e uma Polícia Federal eficiente, além de as Corregedorias de nossa PM, os “Homens do Mato”, e a criação do CNJ serem mais transparentes , velozes e eficientes.

LENDA NÚMERO UM

Quando os governantes de Várzea Grande (MT) que pertenciam a uma mesma família e agregados, naquela época de passado não muito passado, tomavam conta de tudo naquela cidade que era conhecida como “curral da fronteira” sob o domínio dos coronéis políticos de sempre que abriram as porteiras da então apenas “cidade-dormitório” a fim de transformá-la em “cidade industrial”, doando terras, terrenos e os escambaus para aventureiros extraterrestres, sem eira nem beira, desde que abrissem qualquer indústria de qualquer coisa por lá, levaram um susto danado.

Primeiro, porque o povo reagiu diante desses presentes doados aos alienígenas que ficaram isentos de pagamentos de tudo. Quem pagava as contas era apenas o povo de Várzea Grande que passou a sustentar vagabundos desconhecidos, sugadores e chupadores de sangue, suor e lágrimas de um povo que não merecia isso.

E a cidade começou a ser conhecida como “cidade industrial” do nada. Os despejados dos discos voadores, expulsos de suas galáxias ou fugidos de outros planetas, recebiam terras e terrenos, ajudas municipais e depois faliram todos. Porém, ficaram com as terras e bens adquiridos por doação desses bens públicos.

Uns venderam tudo e sumiram, outros foram ser políticos e muitos até se casaram por aqui, após verificarem as contas correntes dos pais das noivas... Mas, nunca pagaram as propinas combinadas com os reis e rainhas de antanho de lá.

LENDA NÚMERO DOIS

Aventureiros de um passado de peraltices despencaram, como sempre, nesta terra que em se plantando tudo dá, e como dão, para enaltecerem a fama nossa de cada dia de abraçarmos todo mundo, confiarmos demais nesses piratas da perna de pau e paparicarmos todos com beijos e abraços exagerados que se transformaram noutra lenda que é a de hospitaleiros de alienígenas. Hoje, denominados modernamente de "bobó-lelés", tolos ou servos de Deus...

Houve, certa vez, por aqui, um escritório representativo de uma sigla intitulada SPVEA - Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), na década de 1950.

À idéia de desenvolvimento planejado foi parte constitutiva dos projetos do governo brasileiro desde os anos 30, e veio a ganhar fôlego após a Segunda Guerra Mundial. A Amazônia tornou-se então objeto de tratamento, à luz das modernas técnicas de planejamento.

Como resultado, tivemos não só a criação da SPVEA, em 1953, como a transformação do Banco de Crédito da Borracha em Banco de Crédito da Amazônia (1951) e a criação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1952).

Sacos, sacolas e cofres gigantescos de dinheiro foram despejados por aqui. Certa vez, certos grupos do sul deste Estado deram o famoso e histórico golpe nessa dinheirama que ficou metade com a quadrilha do sul e metade com a quadrilha daqui mesmo, criando uma casta de ricos da noite para o dia que comandaram a política e apenas tudo por aqui.

Bobos, idiotas, bêbados, pobres e analfabetos se transformaram em empresários, políticos, desembargadores, "Ministros dos TCEs" - hoje, denominados "conselheiros" - governadores, prefeitos, gerentes da Caixa Econômica Federal, pois, é salutar o registro, não havia concursos públicos para nada.

Meia dúzia de famílias daqui ficaram arquivadas em nossa história, todas impunes, que o tempo nem possui mais tempo de lembrar-se daqueles tempos... Na identidade deles, o registro de que eram alienígenas também que ficaram por aqui. Do mesmo modo que surgiram, sumiram para sempre. Impunes. Mas, com muito, mas muito mesmo, dinheiro da SPVEA que também sumiu... 

LENDA NÚMERO TRÊS

Mas, se pensavam que os cuiabanos de antigamente eram cordeiros de Deus, covardes e omissos, silenciosos e ajoelhados eternos como os de hoje em dia, enganaram-se.

Alguns daqui mesmo, já sabiam que não havia justiça e nem lei por aqui e que os coronéis é que mandavam e desmandavam, no judiciário e em outros poderes daqui, sem ministério público e sem polícia federal, se uniram e montaram uma fábrica na cidade da fronteira para abrir coquinhos.

Isso mesmo. Coquinhos. Para a produção de óleo vegetal. Investiram milhões de dólares em gigantescas máquinas inventadas noutros países e que por serem monstruosas e pesadas conseguiriam abrir os tais coquinhos.

Não deu certo. Mas, milhões de dólares sumiram totalmente e as dívidas maiores ainda. O que fazer? Os empresários eram daqui e gente boa. Tal escândalo atravessou a atmosfera até a camada de ozônio e foi parar como manchete do “New York Times”.

A firma se chamava “MATOVEG”. Todo mundo pensava que o mundo iria acabar. Passaram-se 24 horas e... Silêncio na mata. Dois dias, três, quatro, uma semana, mês, ano, dez anos, vinte, trinta, quarenta anos...

E como nos contos de fada, todo mundo se esqueceu de um dos maiores escândalos financeiros que Várzea Grande produziu. Apenas como palco iluminado. Todos os envolvidos se transformaram em religiosos tementes a Deus. E, viveram felizes para sempre. Só a História é testemunha.

LENDA NÚMERO  QUATRO

Mas, a nossa própria História guarda em suas páginas amarelas outro memorável e anterior escândalo quando famílias que mandavam em Cuiabá abriram os cofres de toda a verba da SUDAM e da SUDECO e, sem ao menos fazerem blocos com as notas, simplesmente jogaram as cédulas amassadas dentro de vários sacos de estopa vazios, daqueles que continham feijão, arroz, milho, farinha para as vendas, bolichos ou armazéns de antanho, entupindo-os do dinheirão federal que nunca Cuiabá viu uma só notinha vagabunda aplicada por aqui.

Foi o famoso “Caso SUDAM-SUDECO”, um escândalo gigantesco, sem precedentes, pois o crime vazou e o Palácio do Catete que ficava no Rio de Janeiro, então sede do governo federal, capital do Brasil, gritou alto pelo montante extraordinário que os ladrões daqui cometeram contra a Pátria e contra Cuiabá.

Mas eram bandidos figurões daqui. Muitos modestos cidadãos daqui desta Cuiabá de sempre, encontraram, após o escândalo tornar-se público no Brasil, sacos empanturrados de dinheiros jogados por cima dos muros de suas casas, nos quintais, nos corredores, pelas janelas dos quartos...

De repente, Cuiabá amanheceu com vários cidadãos adquirindo carros novos “Ford Bigode” – Ano 1928, reluzentes, caminhões, viagens de férias internacionais, hotéis foram construídos, casarões, festas inolvidáveis, clube das chaves, onde modestos cidadãos se transformaram em magnatas com suas famílias caipiras empinando os narizes e criando a famosa alta sociedade cuiabana que ostentou luxos com as honrosas exceções que tanto conhecemos e citamos sempre.

Mandaram em Cuiabá por muito tempo graças à impunidade. Colocaram até aquelas argolas de ferro nas praças e jardins de Cuiabá para impedirem que pobres, putas, negros, sodomitas (antigamente, por aqui ninguém falava “veado”, homossexual, gay, enrustido ou “entendido”, nem travesti. “Sodomita” era aquele que “dava o cu”) de entrarem nos jardins da alta sociedade apenas.

Tinha até guarda tomando conta da periferia.

O dinheirão do escândalo SUDAM-SUDECO proporcionou o surgimento de novos ricos por aqui que deitaram e rolaram por décadas. Caiu, também, no esquecimento. Só a História não se esqueceu disso tudo.

UM FATO

Mas, a razão principal deste artigo não é apenas louvar os novos dias onde a justiça começa a engatinhar em nossa capital, o Ministério Público, as ações da PF e o que vem por ai com o advento do CNJ.

É a tentativa de exumação do cadáver insepulto do “Escândalo do Bemat” onde os nomes que estão aqui em minha lista (a mesma que percorre as redações dos principais órgãos de imprensa da capital no dia de hoje) é um espanto que eu até havia me esquecido de alguns nomes.

E, ao contrário do que pensava, a prescrição para tal magnitude criminosa não é aplicável no caso. Gavetas podem e deverão ser reabertas, como acontece com outros casos semelhantes no Brasil de hoje que engatinha.

Tudo por causa de uma revolta popular, hoje, contra a luta que alguns famosos teimam em sabotar Cuiabá, hoje, seja na política ou no futebol. Hoje.

E, um deles, membro do “staff” que está demolindo Cuiabá, na primeira aparição pública, proporcionou a sacudida nas memórias do povo que acaba de lembrar-se dos nomes dos envolvidos no famoso caso “Escândalo do Bemat” onde, segundo a nota que percorre a imprensa daqui, muitos estão exercendo cargos públicos e pertenceriam até às forças vivas desta cidade que pode passar a ser capital “forças mortas” se as autoridades não procurarem sacudir essa poeira do passado recente onde o povo foi lesado.

O BEMAT fechou as portas. As investigações sumiram no tempo. E, mais uma coisa que está registrada nessa lista que estão distribuindo por ai, eu nem havia percebido, notado. Nunca pensei nisso. Eram extraterrestres!

Só para confirmar em suas carteiras de identidade espacial que Cuiabá, a de verdade e não a da mentira, e nosso povo de verdade e não desses milhares portadores de panfletos comprados por dez mil réis e cuja maioria é distribuída nos céus cuiabanos aos montões por dois teco-tecos alugados que sujam nossa cidade cujos panfletos têm impresso por uma impressora jato de tinta comum, com o suntuoso nome de “Diploma de Cidadão Cuiabano” e “Mato-grossense”.

Papagaio come milho e o periquito é que leva fama.

Nomes que eu jamais imaginava que exerceram cargos e funções naquele foco que Cuiabá não se esqueceu. Não entro em detalhes da nota até porque acho exagerada. Mas, há registros de bancários de altos escalões federais e estaduais, historiadores e convidados especiais dos escalões políticos que assolam Mato Grosso.

FATO DOLORIDO ANUNCIADO DESDE 2008

Outro escândalo que pode abalar as estruturas de nosso futuro está em formação. Será uma bomba prá ninguém botar defeito ( as obras da copa do pantanal)

Enquanto isso, o povo de Cuiabá só quer uma coisa: aquele estádio que mostraram em primeiro lugar à FIFA e ao povo daqui em substituição a atual, nova, modificada, mudada, idéia do “puxadinho”... E que nos devolvam o estádio que demoliram, por causa da troca que eu não opinei e nem o povo daqui para essa atual troca do estádio bonito por um horrendo, quadrado sem cantos, que aventureiros em débito (...) edificam até agora contra nós. Só isso fará a paz reinar de novo nessa área.

verpz@terra.com.br

por Paulo Zaviasky

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