Garimpeiros acusam Força Nacional de destruir pertences no garimpo

Por Luiz Carlos e Sonia Maria
da Voz de Bandeirantes

A ação ambiental de repressão aos garimpos ilegais no Norte de Mato Grosso causou estragos. Garimpeiros alegam que a Força Nacional – integrada pelo Exército, Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e órgãos de fiscalização e repressão do Estado – prevaleceram e fizeram abuso de poder. “Os motores que não coube [sic]  no caminhão, eles quebraram. Ta lá, que vocês da imprensa vão lá, fotografem, mostrem. Eles têm direito de multar e prender, não de destruir o que é nosso” – denunciou uma garimpeira de Novo Astro, que não esconde o temor com represálias.

Entre temerosa e cabisbaixa, a mulher faz questionamentos: “Como o meu marido vai arrumar dinheiro para tratar do filho que estou esperando? Como vou fazer para ganhar, se não temos nem posto de saúde na Vila Novo Astro? Como ele vai fazer para dar alimento para nossa família?-E as mais de 40 mil cestas básicas prevista no Plano Amazônia Sustentável (PAS), e no PAC para garimpeiros como nós será que chega pelo menos para nós do Novo Astro?”.

Foi uma verdadeira operação de guerra, com mais de 200 agentes federais, 45 viaturas e quatro helicópteros  para por fim ao garimpo ilegal de Novo Astro. Por meio do reconhecimento aéreo, foram identificados 25 pontos de escavação ativos, os quais foram simultaneamente ocupados. As vias de acesso ao garimpo foram bloqueadas, impedindo-se a entrada ou a saída de pessoas e veículos. O objetivo da operação era cessar a atividade ilegal na região e autuar os envolvidos, apreendendo e retirando todos os equipamentos utilizados nesse crime ambiental, em um dos maiores garimpos ilegais do Estado.

O coordenador do Ibama, Luciano Cotta, explicou que o papel do órgão é coibir crimes ambientais e que isso inclui apreender os maquinários. Não é só isso: os bens apreendidos em uso de crimes ambientais são retirados das mãos dos infratores por dois motivos básicos: para que se cesse imediatamente o dano ambiental e para que o infrator não caia na tentação de cometer novo crime. Todas as instituições presentes se colocaram à disposição para auxiliar no que for preciso a fim de que a atividade possa funcionar, mas dentro da legalidade.

“Por mais que estavam ilegais, eu fiquei indignado de ver toda aquela estrutura, todo aquele aparato: homens fortemente armados, seis helicóptero sobrevoando a área e somente quatro barracos lá embaixo”, assinalou o deputado estadual Percival Muniz, do PPS.  Ele lamentou que toda a estrutura, composta por soldados do Exército, Força Nacional, fiscais do Ibama e agentes federais, não é feita para combater o narcotráfico e “para enfrentar a bandidagem que toma conta do Estado e amendontra o cidadão de bem”.  Segundo ele, essa atitude “é uma clara demonstração da arrogância de um país sem coração, que não sabe escolher as prioridades”.