Patroa americana recompensa funcionária brasileira com apartamento de R$ 1,8 mi
Com uma média salarial que varia de R$ 5.400 a R$ 7.300 (de US$ 3.000 a US$ 4.000 por mês) - e em alguns casos ultrapassando os cinco dígitos -, as babás brasileiras são disputadas por mães americanas e de outras nacionalidades em Nova York.
Suas vidas se parecem mais às do seriado de TV Supernanny, passado em Manhattan, que às de babás do filme História Cruzadas, sobre as domésticas negras que sofriam preconceito ao educar crianças brancas do Mississipi nos anos 1960. Elas viajam pelo mundo com os patrões e conseguem economizar em um ano o que demorariam uma década na mesma profissão no Brasil.
Uma delas, Zenaide Munetton, incendiou o mercado das nannies, como são chamadas em inglês, depois que seu salário de R$ 328 mil por ano (US$ 180 mil) , mais bônus de Natal, foi citado em artigo do jornal New York Times. Essa renda é quase o dobro do que ganham recém-formados em MBAs de universidades como Columbia e NYU.
Segundo as patroas, as brasileiras são consideradas mais talentosas, carismáticas e dispostas a colaborar com serviços domésticos e na educação das crianças do que rivais hispânicas.
Algumas vivem com as famílias. Outras preferem ser profissionais liberais, trabalhando para diferentes país. Há casos de babás tão bem sucedidas que chegam a contratar outra babá para cuidar dos filhos enquanto trabalham. Há 30 anos nos Estados Unidos, Sonia virou exemplo para babás brasileiras de Manhattan.
- Sempre trabalhei para a mesma família americana. Criei quatro crianças e, quando me aposentei, a mãe delas me deu um apartamento de presente.
Com o imóvel avaliado em cerca de R$ 1,8 milhão (US$ 1 milhão) e o salário de três décadas, ela conseguiu educar os dois filhos, que vivem em Nova York, e dois sobrinhos órfãos no Rio de Janeiro.
- Minha dica para as mais jovens é sempre perguntar aos patrões se pode mexer nas coisas da casa, levar nota de compras e manter boa aparência.
Uma de suas pupilas é Jaque, apelidada de supernanny por causa do seriado de TV. Sempre sorridente e de uniforme colorido - em Nova York, roupas brancas e mesmo uniformes são raras em babás -, ela já trabalhou na área de marketing da indústria farmacêutica Merke, na companhia aérea Continental e passou por treinamentos em Houston, onde aprendeu inglês.
- Estudei Comunicação Social, tinha casa em Cabo Frio e um ótimo emprego, mas queria Vir para Nova York.
Ela acrescenta que não se arrepende nenhum minuto do privilégio de "ver a Nina e o Lucas crescerem", referindo-se às crianças de quem cuida. Evangélica, diz que sua igreja acabou indiretamente a ajudando a conseguir o atual trabalho.
Os sobrenomes das pessoas citadas nesta matéria foram omitodos por não possuirem documentos imigratórios.
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