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sexta-feira, abril 02, 2010

Posição de Serys “trava” debate da sucessão em MT

Rubens de Souza-Redação 24 Horas News

Já faz uma semana que a senadora Serys Slhessarenko anunciou que vai levar para o Encontro de Delegados do Partido dos Trabalhadores, no dia 23 de maio próximo, a proposta para que o partido apóie o candidato a governador Mauro Mendes, do Partido Socialista Brasileiro. De lá para cá. O jogo da sucessão praticamente parou. Há suspense em todas as siglas sobre o que vai ser do PT em 2010. Do PSDB ao Partido da República ninguém ousa avançar nos diálogos. A ordem estatutária do PT e o próprio resultado das prévias, realizada dia 18, fortalecem a incógnita.

Principal “derrotado” no jogo, o governador Silval Barbosa, pré-candidato do PMDB,  tem emitido sinais de estafa absoluta com o deputado federal Carlos Abicalil, presidente do Diretório Regional do PT. O dirigente garante que tem maioria no Diretório Regional, que no Encontro de Delegados vai fazer prevalecer a sua vontade e sua força, mas não consegue dar clareza sobre o apoio petista após o dia 23 será em quais circunstâncias.

O que Silval tem mostrado para Abicalil que não adianta nada o PT vir apoiá-lo   sob o tremendo “racha”, provocado pelas prévias, na qual o deputado federal conseguiu uma mínima vantagem, estabelecida em colégios eleitorais de baixíssima densidade. Assessores de Silval tem avaliado, segundo fontes próximas, que no jogo da matemática política hoje está valendo mais o apoio de Serys, que desfruta de maior penetração nos grandes centros, que de Abicalil. Nesse caso, o mais importante é tentar todos os esforços para fazer com que a senadora mude seu curso político. 

Silval agiu em duas direções. A primeira delas foi tentar, sem êxito, convencer a senadora a um diálogo. A segunda, cobrar de Abicalil uma resposta efetiva. Também não obteve êxito. Se irritou e mandou um recado explícito ao petista: sem 100% do partido, o PMDB abriria negociação da vaga ao Senado com outras forças políticas. Abicalil tremeu. Na quarta-feira, no feriado de Tiradentes, o dirigente petista  procurou o governador para tentar manter a calma.

O dirigente petista tentou convencer Silval de que tudo estará resolvido após o dia 23 e aposta na forma orgânica do PT. Inclusive, enquadrando a senadora Serys ao derrotar a proposta de apoio a Mauro Mendes. Ao mesmo tempo, Abicalil colocou sua “tropa de choque”, capitaneada por Alexandre César e Ságuas Moraes, para afrontar a base da senadora no PT. Em Rondonópolis, por exemplo, os aliados do dirigente fizeram duras acusações aos “adversários”  e o que era para buscar acordo acabou acirrando mais os ânimos entre Juca Lemos, apoiador de Serys, contra Mauro Campos, presidente do PT na cidade, e Paulo Isaac, secretário-geral.

Em verdade, a leitura de Abicalil sobre as coisas do PT e a do governador Barbosa são diferentes. O dirigente acha que não há problemas na construção do apoio a Silval dentro do PT e essa situação tem prazo para acabar. O governador-candidato, no entanto, pensa diferente: quanto mais o tempo passa, mais se contamina o apoio do grupo de Serys a candidatura de Mendes – que representa a principal ameaça ao projeto do PMDB de permanecer no Governo. Independente do resultado do Encontro dos Delegados, Mendes foi o que mais avançou.
Apesar do apoio da petista e os efeitos positivos a seu favor, por outro lado, Mendes também avançou pouco nos entendimentos para formação de sua base de apoio. O socialista espera o retorno da senadora – ainda sem data prevista – para discutir entendimentos. Ao mesmo tempo, Mendes busca dirigentes do PT simpáticos à sua candidatura, notadamente os que estão nos grandes centros, para puxar a seu favor.

Distante da questão, Wilson Santos, do PSDB, também acabou se beneficiando da imprecisão da direção do PT, que acirrou o debate interno e agora não consegue juntar os cacos do conflito que se estabeleceu na sigla. Santos “canta de galo” e, espalhando cizânia ou não, garante que tem recebido solidariedade de muitos petistas em favor de sua candidatura.

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