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segunda-feira, junho 07, 2010

Lobista e advogado colaboram e investigação no judiciário avança

Alline Marques

O advogado Max Weytzer de Mendonça e a lobista Ivone Reis, que estão no centro das investigações referentes ao esquema de venda de sentença no Poder Judiciário de Mato Grosso conduzido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), além da participação crucial no esquema, tiveram papel fundamental para ajudar a Polícia Federal em nível de colaboração, durante seus depoimentos.
Ivone Reis é esposa do advogado Valmir Siqueira e foi detida durante a Operação Asafe, deflagrada no dia 18 de maio. No mesmo dia, o delegado responsável pelo caso Eduardo Fistarol pediu a liberdade da lobista, sob a argumentação de que teria colaborado com as investigações.
Com o advogado Max Weytzer, último a se entregar à PF, ocorreu situação semelhante. Ele foi solto logo depois de prestar esclarecimento. O curioso é que o jurista e a lobista são apontados como os protagonistas do esquema investigado pelo STJ, após denúncias feitas ainda em 2006.
Nas interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal percebe-se que Ivone Reis tinha bom relacionamento com diversos magistrados ou intermediadores, na maioria parentes dos mesmos, e chegou a articular a compra de sentença até mesmo em benefício de João Arcanjo. De acordo com o inquérito, a lobista era muito próxima do desembargador Carlos Alberto da Rocha.
O advogado Max Weytzer, além de articular a compra de sentença em prol de seus clientes, também intermediava junto a outros advogados para conseguir êxito nas decisões, principalmente no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Inclusive, usando de influência para conseguir afastar determinados desembargadores, que não faziam parte do esquema, e assim obter sucesso nas ações.
Segundo uma fontes da PF, os depoimentos estão sendo importantes para revelar o quão o esquema era maléfico para a segurança jurídica em nível estadual. É bom que se diga que a insegurança jurídica é notória em Mato Grosso há bastante tempo.
Nos bastidores do TJ, TRE e da Ordem dos Advogados do Brasil, há mais de uma década ouvia-se comentários a respeito dos "esquemas de venda e corretagem de sentenças", mas muito pouco ou quase nada era feito. Resultado: a impunidade imperava e a permissividade assustava do mais simples rábula ao mais experiente advogado.

Fonte: Olhar Direto

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