Por Toninhobira
Como todo mineiro tenho um trem nos olhos
Na minha fala mansa um apito na imensidão.
Como mineiro chorei as montanhas devastadas
Sonhei novas renascendo no vermelho chão
Aprendi a ouvir e contar piadas e prosas
Olhar para as moças e nunca dizer nada
A suspirar de medo nas estradas sinuosas
Quando a velha jardineira descia desembestada
Aprendi a cortar fumo na noite estrelada
Sentado num banco na porta de minha casa
De cócoras, agachado com uma lamina afiada
Como mineiro entendi bem cedo o que é solidão
Do alto de uma serra a olhar minha cidade
Vendo o trem carregar a terra na imensa composição.
Toninhobira
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