Fumaça tomando conta das ruas do centro da cidade
A densa fumaça que vem tomado conta da cidade, resultante da queima da vegetação nativa e pastagens na região Sul do Estado, tem trazido problemas de toda ordem, incluindo prejuízos econômicos e financeiros, bem como à saúde da população. O rondonopolitano, nos últimos dias, está vivendo dentro de uma bolha de fumaça.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Lindomar Alves, o problema se agravou quando várias queimadas e incêndios florestais na região rural de Rondonópolis mudaram totalmente o clima na cidade. Esses focos de incêndio começaram a surgir com mais intensidade depois do dia 10 desse mês.
Conforme o secretário, foram registrados incêndios em vários assentamentos da região como Gleba Rio Vermelho, Nova Araçatuba, no município de Pedra Preta, na Serra da Petrovina, no Distrito de Vale Rico, na região do Córrego do Prata, no Pontal do Areia, na Beroaba, na BR-364, região da Farinha de Osso, na reserva indígena Tadarimana que teve 50% de sua área consumida pelas chamas, além de uma área de reflorestamento de uma empresa multinacional, entre outros.
Essa cortina de fumaça, aliada a uma grande massa de ar seco que paira há vários dias sobre a região e impede a aproximação de massas de ar frio que poderiam trazer a chuva, acaba provocando transtornos de toda ordem para as pessoas, comprometendo a saúde e provocando prejuízos materiais incalculáveis.
Por conta de problemas respiratórios, muitas pessoas acabam tendo que faltar ao trabalho, perde produtividade e desempenho, sem contar os custos com tratamentos médicos e remédios.
Para os hospitais, também é um transtorno porque compromete a capacidade e a qualidade no atendimento.
DESCONFORTO
Para as pessoas ouvidas nas ruas da cidade, o principal desconforto são os problemas e irritações nos olhos e nas vias respiratórias. Isso, segundo os médicos, acaba facilitando o aparecimento de viroses e doenças oportunistas. Sem contar a proliferação dos casos de bronquites alérgicas e infecciosas, complicações de asma em crianças e idosos, sinusite, doenças nos olhos como conjuntivites, irritações, infecções e alergias oculares, entre outras.
LOTADOS
Os hospitais públicos da cidade, como o Hospital Regional (pediatria), bem como a unidade de Pronto Atendimento (PA) estão lotados. O PA sofreu um aumento na demanda de atendimento da ordem de mais de 50%, segundo a diretora da unidade, médica Cátia Justo.
No Hospital Materclin, por exemplo, segundo o médico Lamberto Henry, a direção constatou um acréscimo da ordem de 15% na procura por atendimento médico decorrentes de problemas respiratórios. Na Santa Casa e demais unidades, a situação não é diferente.
ORIENTAÇÕES
Para tentar amenizar essa situação, os médicos orientam as pessoas para que tomem alguns cuidados e se hidratem bem. A recomendação é tomar muito líquido, evitar exposição excessiva e prolongada ao sol, evitar atividades de esforço físico nos horários de maior incidência de calor, usar umidificadores em casa, hidratar bem as crianças e idosos.
Para o médico Lamberto Henry, o que a população tem que fazer é hidratar, hidratar e hidratar.
A médica Cátia Justo lembra que as pessoas aqui em Mato Grosso, apesar do forte calor o ano inteiro, não têm o hábito do autocuidado, como se hidratarem regularmente tomando água várias vezes ao dia. “Esse é um cuidado simples mas que diminui sensivelmente a possibilidade de complicações decorrentes de uma desidratação por exemplo”, repassa.
Queimadas de fundo de quintal agravam o quadro
Além dos prejuízos causados pelos incêndios florestais, as chamadas “queimadas urbanas” onde as pessoas, inadvertidamente, juntam folhas de árvores, restos de lixo doméstico e ateiam fogo no fim do dia, e à noite, acabam contribuindo sobremaneira para o agravamento do problema da fumaça na cidade. O problema é que nestes casos de queima de lixo, a fumaça é ainda mais tóxica, porque muitas vezes contém plásticos e borrachas, e devido à combustão, despejam partículas tóxicas na atmosfera que contaminam o ar. O secretário municipal de Meio Ambiente, Lindomar Alves, lembra que todo e qualquer tipo de queima urbana é proibida. Quem for flagrado desrespeitando a legislação estará sujeito a punições administrativas pela Prefeitura e responsabilização cível e criminal pela Justiça Ambiental. “As multas podem variar de R$ 75,00 até R$ 1,5 mil dependendo do caso”, repassa Alves. Para quem quiser denunciar algum tipo de queimada urbana a Secretaria de Meio Ambiente disponibiliza o telefone (66), 9994-7009.
“Como a fumaça das queimadas tem interferido em sua vida e quais os transtornos e desconforto que tem trazido para o seu dia a dia?”
A TRIBUNA
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