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quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Domingues revela que mentiu para o Ministério Público

Luciano Bianco Giuliani

Santa Bárbara - Em depoimento à CEI (Comissão Especial de Inquérito), que investiga supostas irregularidades em licitações da Prefeitura de Santa Bárbara d'Oeste, Osvaldo Paz Domingues declarou que mentiu ao MP (Ministério Público) quando afirmou que Mário Heins (PDT) possuía gados adquiridos com dinheiro recebido em esquema de propina. Domingues entregou à CEI, ontem, uma escritura de declaração registrada em um cartório da cidade de Cesário Lange, interior de São Paulo, e uma carta escrita à mão.

Na escritura, Domingues, que é padrinho de casamento de Heins, ainda disse que convenceu sua filha, a ex-servidora Maraísa Domingues, a mentir para o MP que o prefeito receberia propina de 24 empresas contratadas da Prefeitura. Ele não queria que parecesse uma denúncia contra o dono da empresa Forty Construção e Engenharia, por isso sua filha acabou envolvendo outras fornecedoras.

O proprietário da Forty, Walter Jorge Paulo Filho, pediu a abertura de dois inquéritos policiais em São Félix do Araguaia (MT) e em Gurupi (TO) para investigar suposto roubo de gado praticado por Domingues contra ele no ano passado. Segundo Domingues, por conta dessas acusações ele procurou o prefeito para pedir ajuda e ameaçou Heins que o envolveria no caso. O prefeito teria se negado a ajudá-lo e por isso Domingues marcou alguns gados em São Félix do Araguaia com as letras MH.

As declarações de Domingues são iguais as afirmações feitas pelo prefeito em uma coletiva realizada em janeiro deste ano. Na ocasião, Heins negou a compra de gado e ainda disse que a denúncia foi usada por Domingues para se livrar das acusações de roubo feitas por Paulo Filho.

Em 2010, Domingues, Maraisa, o vice-prefeito Luis Vanderlei Larguesa (PT), o ex-secretário do Meio Ambiente, Antonio Salustiano Filho, e o ex-diretor superintendente do DAE (Departamento de Água e Esgoto), João Augusto Giovanetti, denunciaram ao MP o suposto esquema de cobrança de propina.

Na carta, o padrinho de casamento de Heins, revela que foi procurado pelo vice-prefeito, em setembro do ano passado, para que "conversasse com o promotor". Segundo ele, Giovanetti já tinha dado seu depoimento e citado seu nome. Domingues disse que o promotor o chamou para uma "conversa informal" e que por isso não precisaria de advogado. Além disso teria assinado o depoimento por causa de sua "simplicidade". Na carta, o padrinho do prefeito chama o Larguesa, Salustiano, Giovanetti e o ex-secretário de Cultura, Paulo D'Elboux de "grupo", cujo objetivo era cassar o prefeito. Domingues ainda cita que Larguesa teria dito que isso seria fácil, pois Carlos Fontes (DEM) iria presidir a CEI e estava disposto a fazer de tudo para pedir a cassação do prefeito.

Por Renata Muniz-O Liberal

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