Um rígido controle do acesso a todas as dependências, o bloqueio de algumas áreas, como corredores de acesso ao anexo II, ao edifício principal, ao Plenário e galerias. Estas são algumas medidas de segurança baixadas pela Mesa Diretora da Câmara Federal para a votação do Código Florestal, prevista para esta quarta (4). O deputado Homero Pereira é vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária.
A direção da Casa teme a ocorrência de confrontos devido à grande polêmica envolvendo o tema e ao grande número de pessoas que devem acompanhar a votação.
Ruralistas, ambientalistas, trabalhadores da agricultura familiar e indígenas estão em Brasília e prometem acompanhar. Como são interesses totalmente antagônicos que estão em jogo, a possibilidade de alguma animosidade é iminente.
Na tarde desta terça-feira, durante o Acampamento Terra Livre, que reúne cerca de 300 índios representantes de etnias de todo o Brasil, levantou-se a possibilidade de uma ocupação em massa da Câmara dos Deputados. As lideranças indígenas reclamam que em nenhum momento os índios foram ouvidos durante o processo de discussão do Código Florestal.
Por outro lado, ambientalistas mais exaltados prometem ocupar os espaços – galerias, corredores e o auditório Nereu Ramos – da Câmara e impedir a presença de ruralistas. Na tarde desta terça, houve um princípio de tumulto entre representantes dos dois setores, mas as autoridades garantiram que não foi nada grave.
De todo modo, a Coordenação de Relações Públicas da Câmara, ao informar sobre as medidas de segurança, explicou que “tendo em vista a votação do Código Florestal e como o assunto mobiliza o interesse de quantidade significativa de pessoas, a administração da Casa preparou um plano para recepcionar esse público”. “As ações buscam garantir o perfeito funcionamento da Casa, a integridade física dos colaboradores e visitantes e ainda a preservação do patrimônio”.
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dos colaboradores e visitantes e ainda
a preservação do patrimônio"------------------------------
A medidas incluem ainda credenciais especificas e em quantidade proporcional para lideranças dos partidos e seus respectivos convidados, e o credenciamento das autoridades e lideranças da sociedade civil. O auditório Nereu Ramos ficará aberto para os que desejarem, por telões, acompanhar a votação da matéria, que está prevista para acontecer na sessão extraordinária noturna. As sessões ordinárias foram reservadas, conforme o regimento, para as matérias que trancam a pauta, como as medidas provisórias. Por esse motivo, na noite desta terça lideranças favoráveis ao projeto tentavam aprovar a votação em regime de urgência, para que o projeto pudesse entrar na pauta ordinária.
Além disso, em que pese a promessa do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), de colocar o projeto em votação, ainda havia impasse quanto à apreciação. O deputado Moreira Mendes (PPS-RO), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, a chamada Bancada Ruralista, reclamou que o PT ameaça só votar a matéria se o relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP) acatar todas as sugestões do governo. A nova versão do relatório, apresentada por Rebelo, não agradou ninguém.
Autor: João Negrão, de Brasília
Fonte: RD NEWS
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