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segunda-feira, outubro 07, 2013

Ministério de Minas e Energia foi espionado por Canadá e EUA

minas e energia
O Ministério de Minas e Energia do Brasil foi espionado por agentes canadenses e norte-americanos, segundo documentos vazados por Eduardo Snowden, ex-técnico de tecnologia da NSA (Agência Nacional de Segurança), e entregues ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald.

Esta é a terceira reportagem do Fantástico, da rede Globo, produzida em parceria com o jornalista do britânico “The Guardian” sobre as espionagens do governo brasileiro por parte da gestão de Barack Obama.

A estrutura do ministério foi completamente mapeada pelos espiões estrangeiros, e a rede de comunicações da pasta, como telefonemas, e-mails e uso da internet, rastreada – isto é, eles descobriram quais pessoas do órgão conversaram com quem, quando, onde e como.

No entanto, os documentos de Snowden não indicam se o conteúdo foi acessado pelos agentes. Memorando vazado determinava que o acesso aos conteúdos fosse feito em uma fase subsequente.

As informações foram apresentados em uma reunião da Agência Canadense de Segurança em Comunicação (CSEC, na sigla em inglês) em junho de 2012 durante uma conferência do “Five Eyes”, grupo que engloba as agências de espionagem dos Estados Unidos, da Inglaterra, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia.

O programa de computador Olympia, da CSEC, apontou os contatos realizados pelo ministério para órgãos de todo o mundo, como as ligações  feitas para Olade (Organização Latino-Americana de Energia), no Equador. 

A tecnologia da CSEC ainda descobriu os números, os chips e os modelos de celulares usados pelos funcionários, inclusive do departamento internacional do Ministério.

Para Edison Loão, ministro de Minas e Energia, a ação demonstra que o Canadá tem interesse nos assuntos do Brasil, “sobretudo nesse setor mineral”.

De cada quatro grandes empresas de mineração do mundo, três têm sede no Canadá, explicou a reportagem.

As principais informações sobre reservas minerais brasileiras são públicas, mas o governo preserva dados considerados estratégicos, como leilões de blocos de exploração e de construção de usinas, além das informações da produção do petróleo brasileiro.

“Eu acho que configura um fato grave que merece repúdio. Aliás a presidenta Dilma [Rousseff] já o fez amplamente na ONU [Organização das Nações Unidas]“, disse o ministro em referência ao discurso da presidente na Assembleia Geral das Nações Unidas, no mês passado.

Relações estremecidas

Durante a tarde deste domingo (6), Dilma usou seu perfil no Twitter (@dilmabr) para fazer novas críticas à espionagem dos Estados Unidos. A brasileira postou, na rede social, dez mensagens relacionadas ao assunto, como: “Exigimos explicações e mudanças de comportamento por parte dos americanos”.

As relações entre Brasil e Estados Unidos estremeceram a partir do 1º de setembro deste ano, quando o “Fantástico” exibiu uma reportagem no qual mostrou que e-mails pessoais da presidente Dilma foram interceptados pela NSA. As reportagens foram produzidas em parceria com o jornalista norte-americano Glenn Greenwald – que disse, em entrevista ao UOL, que o Brasil é “o grande alvo” das interceptações norte-americanas.

Em 6 de setembro, Dilma se reuniu com Obama durante o encontro do G-20 em São Petesburgo, na Rússia.

Disse que cobrou do homólogo a explicação de “tudinho” que fosse relacionado à espionagem. Em resposta, afirmou ter ouvido do colega que todos os esclarecimentos seriam prestados no dia 11.

Porém, em 8 de setembro, uma segunda reportagem apontou que a Petrobras, maior empresa brasileira, também foi espionada pelos norte-americanos.

Em vez de Obama enviar um representante ao Brasil, o ministro Figueiredo viajou a Washington e se encontrou com Susan Rice, conselheira de segurança nacional dos EUA.

De modo lacônico, a Casa Branca declarou que continuaria a “trabalhar junto” com o Brasil em questões bilaterais e que as reportagens que denunciaram a espionagem distorceram as atividades de espionagem dos EUA.

Mais tarde, Dilma recebeu um telefonema de Obama para amenizar o caso, mas ela considerou as respostas norte-americanas insuficientes e cancelou a visita de Estado que faria aos Estados Unidos, a convite do presidente norte-americano, neste mês de outubro.

À época, a presidente afirmou que a decisão foi tomada em conjunto com o líder americano.

Da UOL

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