As 300 famílias que foram expulsas de Suiá-Missú, em Alto Boa Vista, no Araguaia, há cerca de um ano já retornaram para a área que foi devolvida aos Xavantes por força de liminar. Esta semana elas decidiram que não ficariam mais no Posto da Mata.
“Já começamos a reconstruir nossas casas e vamos permanecer no local. Nossa vida está aqui e daqui não vamos sair”, disse um dos produtores à equipe de reportagem do site Agência da Notícia que está no local e tem acompanhado todo o processo de retorno dos antigos produtores. A estratégia das famílias é dificultar o trabalho da polícia em expulsá-las novamente da área. A expectativa é de que uma nova operação de desintrusão aconteça.
Outro agravante é que a região pode se tornar num grande assentamento dos sem-terra, já que os produtores estão convidando gente do Brasil todo que tem interesse em ter um pedaço de terra, para somar. “Quem tem área grande dentro da Suiá-Missú já abriu mão de 50% para quem tem interesse. Vamos dar a terra para quem precisa e não pra um governo sujo e corrupto como este que transformou gente trabalhadora em bandido e fugitivo da polícia”, argumentou um fazendeiro que diz que caso seja necessário vai doar toda a sua terra para os interessados. “Doo tudo, mas não deixo para este governo”, disparou.
O presidente da Associação dos Produtores da Suiá-Missú (Aprosum), Sebastião Prado, tinha uma reunião marcada para 28 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília para tratar do assunto. A reunião seria acompanhada pelo advogado dos produtores, Luiz Alfredo, e do governador Silval Barbosa (PMDB), porém, de acordo com Sebastião Prado, o governador remarcou o encontro para a próxima semana.
Os antigos produtores exigem uma resposta do Governo Federal. Eles querem a terra de volta ou então uma indenização ou permuta de área. A revolta maior dos ex-moradores da Suiá-Missú é com o descaso do Governo Federal com a situação, já que nenhuma resposta é dada aos produtores.
Já para o Circuito Mato Grosso, o prefeito de Alto Boa Vista, Leozipe Domingues Gonçalves (PMDB), declarou que o município não recebeu nenhum apoio para garantir condições de sobrevivência às famílias expulsas de Suiá-Missú. “Não havia nem água onde eles estavam alojados provisoriamente”, conta o gestor.
Por Mayla Miranda e Camila Navaleiko (Com Agência da Notícia/Confresa
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