Por Lázaro Thor Borges / Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia
Riva conversa com advogados e se nega a conceder entrevistas
O ex-deputado José Geraldo Riva lamentou as condenações já proferidas na Sétima Vara Criminal, a mais recente delas a 22 anos e 4 meses de prisão, no dia 24 de abril deste ano, mas garantiu que irá "cumprir o que a justiça determinar". Foi sucinto, para cumprir a recomendação de sua equipe de defesa: evitar os holofotes e não falar com a imprensa. Riva compareceu à Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular, no Fórum da Capital, nesta terça-feira (20), para acompanhar o desdobramento da "Operação Arca de Noé".
Seu advogado, Mário Sá, explicou o que será possível fazer para evitar que seu cliente retorne às grandes do Centro de Custódia da Capital (CCC), após sentenças de Selma Arruda que ele considera "totalmente equivocadas".
Leia mais:
A audiência na Vara Cível com José Geraldo Riva não ocorreu, foi cancelada a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que alegou necessidade de “juntar documentos”. Por conta do adiamento da oitiva, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), José Carlos Novelli, - que foi arrolado pela defesa – também não pode ser ouvido.
Mesmo com tempo de sobra para rebater e se defender da sentenças condenatórias proferidas pela magistrada Selma Arruda, Riva preferiu ser sucinto: “Estou aí pra cumprir o que a justiça determinar", lamentou.
O silêncio do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) faz parte de uma nova estratégia adotada pela defesa. Neste momento, os advogados tentam reverter a condenação no Tribunal de Justiça e prometem impedir que o ex-parlamentar seja novamente preso. Caso o TJ confirme a sentença da juíza de primeira instância, Riva deve começar a cumprir pena imediatamente.
“O que ele pode fazer para evitar a prisão é usar os meios legais, os recursos de apelação inicialmente para o Tribunal de Justiça e depois", explicou o advogado Mário Sá, que defende Riva. "Nós vamos recorrer porque há um embasamento para isso. A sentença da Selma, como todo respeito, é totalmente equivocada”, completou.
Condenações:
No dia 24 de abril deste ano, a juíza Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, assinou a segunda sentença contra Riva. O ex-deputado foi condenado por fraudar cerca de 87 pagamentos realizados pela ALMT, quando ainda era parlamentar na Casa de Leis. O esquema, segundo o Ministério Público, possibilitou o desvio de R$ 4,2 milhões. O valor, caso fosse atualizado, chegaria hoje a R$ 11 milhões.
A ação que é decorrente da chamada “Operação Arca de Noé”, foi proposta em 2006 e trata de fatos que ocorreram entre 2000 e 2002. O foro privilegiado de Riva, que ocupou a cadeira de deputado estadual por 20 anos em Mato Grosso, foi o que mais deu lentidão ao processo. A ação chegou a tramitar por mais de uma década no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Além de Riva, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, Humberto Bosaipo, Guilherme da Costa Garcia, Varney Figueiredo Lima, Luis de Godoy, Nivaldo Araújo, Geraldo Lauro, José Quirino Pereira, Joel Quirino Pereira e Nilson Roberto Teixeira também foram acusado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
A primeira:
A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, condenou o ex-deputado José Riva a 21 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado, por peculato e lavagem de dinheiro
A decisão foi dada em 28 de março. Porém, o político poderá recorrer em liberdade da condenação.
A sentença é relativa a desdobramentos da Operação Arca de Noé, que apura esquema que teriam desviado dezenas de milhões na Assembleia Legislativa entre o final dos anos 90 e início dos anos 2000, quando Riva presidia a Mesa Diretora.
Nesta ação, proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE), foi investigado o desvio superior a R$ 2 milhões, que ocorreu mediante 41 pagamentos a "João Roberto Broges Papelaria", empresa de fachada que simulava a entrega de produtos para a Assembleia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário