Gilberto Leite
Deputado Fabio Garcia considera que faltou coerência por parte da Executiva Nacional do PSB
O deputado federal Fabio Garcia descarta qualquer possibilidade da bancada do PSB na Assembleia deixar a base de sustentação do governador Pedro Taques (PDSB). Segundo o ex-presidente, que foi destituído do comando da sigla, mesmo que os parlamentares permaneçam no PSB, que passou a ser comandado no Estado pelo oposicionista deputado federal Valtenir Pereira, dificilmente deixarão de votar com o governo.
"Esses quatro deputados estaduais (Oscar Bezerra; Professor Adriano; Eduardo Botelho e Mauro Savi) foram eleitos e pediram voto apoiando Taques, disse Fabio Garcia em entrevista à Rádio Capital nesta sexta (16).
O parlamentar entende que os mandatos pertencem ao PSB, que pode virar oposição e querer votar contra as matérias do governo. No entanto, pontua que a lei não obriga um deputado a ser oposição ou base de nenhum governo. "Na lei, a única coisa que diz é que quando algum parlamentar se elege por um partido, ele não pode mudar de partido ao longo daquela legislatura, sob pena de ocorrer infidelidade partidária, a menos que tenha um motivo para que ele faça essa mudança, como exemplo, uma perseguição ou um ato do partido contra o deputado, para que aquele deputado possa mudar de legenda sem a penalização. Então a lei não vai obrigar, de forma nenhuma ,a ser base ou oposição", complementa.
Fabio reforça que faltou coerência por parte da Executiva Nacional do PSB. Ele pondera que Valtenir, ao longo de sua caminhada, tem se posicionado contra tudo que o PSB prega.
A nomeação de Valtenir pode provocar debandada no PSB, tendo em vista que o parlamentar é tido como "inimigo" do ex-prefeito Mauro Mendes e, ainda, que a ordem vinda de cima para baixo por parte do presidente nacional Carlos Siqueira é motivo de revolta.
“Por exemplo, a reforma trabalhista. O Valtenir votou a favor, assim como eu. O PSB defendeu o impeachment da Dilma Rousseff (PT), o Valtenir votou contra, defendeu o PT. O PSB era de um posicionamento independente do governo do PT – não apoiava o PT. O Valtenir apoiou.
Nesta linha, Fabio lembra que Valtenir logo após o impeachment foi o primeiro a se posicionar ao lado de Michel Temer. Conta, ainda, que Valtenir é um dos parlamentares que mais tem cargos no governo federal. “O PSB hoje se posiciona contrário ao governo Temer, inclusive, apoiando a renúncia ou o afastamento do presidente. Então, fica difícil de ver coerência nessa decisão do PSB”, disse.
Para Fabio, a decisão da sigla de nomear Valtenir não foi ideológica e tão pouco vontade de fazer o partido crescer. Ele lembra que quando assumiu o comando, a sigla tinha apenas um prefeito e uma deputada estadual, respectivamente, Mauro Mendes e Luciane Bezerra.
“Desde que assumimos o PSB, que antes era comandado pelo Valtenir, foi um trabalho incontestável em termos de crescimento de partido. Nós construímos nesse tempo um partido que tem hoje 17 prefeitos, 142 vereadores, quatro deputados estaduais e a maior bancada federal de MT”, destaca.
Fabio reforça que o pensamento do novo presidente confronta os idéias da legenda. Reforça que há algo por trás da nomeação. “Obviamente que no futuro, na luz do sol, a transparência e o tempo, vão fazer a gente entender melhor o que está por trás de tudo isso”, comentou.
Debandada
O deputado ainda destaca que existem inúmeros partidos nesse momento sondando alguns dos filiados, entre os quais, ele próprio. Partidos como PP e DEM. “É prematuro direcionar para partido A ou B. Óbvio que a gente tem muito bom relacionamento com lideranças, como o ministro da Agricultura Blairo Maggi e Jayme Campos. Obviamente, facilita e nos abre portas, mas é muito cedo”, finaliza.
Por Alexandra Lopes
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