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domingo, janeiro 21, 2018

Com gestão alvo de CPI, governador nega existir crise com deputados da base aliada na Assembleia

Dos 16 deputados que assinaram a CPI dos Fundos, 12 integravam a situação

“A base não precisa ser recomposta porque está unida conosco”. Com essa frase, o governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que não existe crise na relação com os aliados na Assembleia.

No entanto, a realidade está mostrando o contrário. Dos 16 deputados que assinaram o requerimento para instalação da chamada CPI dos Fundos, que vai investigar possíveis desvios de finalidade dos recursos do Fethab e do Fundeb, 12 integravam a base de Taques que até o início desta semana contava com 20 membros.

Além de garantir a instalação da CPI dos Fundos, 12 também articulam para se juntar com os quatro deputados oposicionistas para formar um novo bloco parlamentar de oposição com 16 membros. O primeiro objetivo é garantir a presidência e relatoria para conduzir a investigações sem nenhum tipo de ingerência do Palácio Paiaguás.

Os deputados da oposição são Allan Kardec (PT), Janaina Riva (MDB), Zeca Viana (PDT) e Valdir Barranco (PT). Dos aliados que assinaram o documento estão Oscar Bezerra (PSB), que propôs a investigação ainda em dezembro, o próprio líder do governo Dilmar Dal'Bosco (DEM), Wancley Carvalho (PV), Romoaldo Júnior (MDB), Silvano Amaral (MDB), Daltinho (Solidariedade), Mauro Savi (PSB), Adriano Silva (PSB), Zé Domingos Fraga (PSD), Wagner Ramos (PSD), Baiano Filho (PSDB) e Guilherme Maluf (PSDB).

O presidente da Assembleia Eduardo Botelho (PSB) e os governistas Leonardo Albuquerque (PSD), Pedro Satélite (PSD), Nininho (PSD), Sebastião Rezende (PSC), Jajah Neves (PSDB) e Saturnino Masson (PSDB) se recusaram a assinar. Gilmar Fabris (PSD) está licenciado.
Gilberto Leite
Governador Pedro Taques (PSDB) garante que não existe crise na relação com os deputados aliados na Assembleia

Apesar disso, Taques nega problemas no relacionamento com os parlamentares. Questionado se tem alguma restrição à CPI dos Fundos, respondeu: “nenhuma. A CPI é direito do Poder Legislativo. Sou favorável. O líder me ligou e eu liberei para assinar. Quem não tem nada a temer, não está fazendo nada errado, não fica contra”, completou o tucano se referindo a Dilmar Dal'Bosco que já anunciou publicamente que está entregando a função.

Nos bastidores, comenta-se que os parlamentares mais descontentes cogitam até mesmo utilizar a CPI dos Fundos para afastar Taques do cargo. Nesse caso, a chefia do Executivo ficaria sob a responsabilidade do vice-governador Carlos Fávaro (PSD).

Além da CPI dos Fundos, outro instrumento para afastar Taques são as contas do exercício 2016 que recebeu parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O balanço deveria ter sido votado em sessão extraordinária na última terça (16), mas a apreciação acabou adiada por pedido de vista.

O descontentamento com Taques não é novidade na Assembleia. Se agravou porque na segunda (15) encerrou o prazo para o Executivo liberar R$ 50 milhões para o pagamento das emendas impositivas com recursos provenientes do FEX.

Por Jacques Gosch

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