Por Julio Gavinho*
Auctoritassignifica “autoridade” em latim. Tradicionalmente, a palavra se refere a poder, faculdade e legitimidade. A expressão “potestas” também corresponde à autoridade, mas em especial ao prestígio ganho por uma pessoa ou organização graças a sua qualidade e competência numa determinada matéria ou área de especialidade. João Saldanha era um potestas em futebol.
A primeira forma de autoridade é aquela constituída pelo poder público, quando as mesmas, desde que em consonância com a lei e a ordem, podem dar ordens que devem ser obedecidas, como o “deputado evangélico”, Marcelo Álvaro Antônio, que, atualmente, é Ministro do Turismo. Hum, obedecidas.
A relação entre auctoritas e a turba é de dominação, ou seja, um manda e o outro obedece. Quando a circunstância junta as duas possibilidades de comando (a constituída e a reconhecida), temos o mundo perfeito, assim como Capitão Bolsonaro, o nosso nascimento, prometeu ministros setoriais e conhecedores de causas. Fizemos do atual presidente da república nossa Potestas, antes de nossa Auctoritas.
Certa vez, ouvi de um grande executivo brasileiro que, não fazia diferença quantos números de celulares de autoridades você tinha em sua agenda telefônica, o que realmente importa são as autoridades que atendem ao telefone, quando você as liga. Auctoritas ou potestas?
Okay, então. Eu tive relacionamentos profissionais com entidades públicas boa parte da minha vida profissional. Todas obviamente tinham as suas autoridades constituídas, assoladas por demandas de outras maiores ainda. Peixinho, peixe e peixão. É assim, não é? Eu não sei se é.
Nos atuais dias felizes, vez ou outra tenho que falar com um presidente ou diretor de FOHB, ADIT, SECOVI e entre outras. Todos atendem aos meus telefonemas, e-mails ou sinais de fumaça. Uma comunicação simples e direta, relacionada a minha atividade e também a deles, na posição de potestas do setor. Vejam, são autoridades no assunto, pertinente a sua entidade. Foram eleitos graças ao seu conhecimento de causa. Foram escolhidos a nos representar porque eram “ministru”, qual seja do Latim, o servo, o criado e o melhor de todos: o servidor.
As entidades de classe elegem seus representantes e, a partir daí, exigem o atendimento de suas demandas. Bem, não é assim, mas deveria ser. O tal “ministru” em latim é tão importante, que empresta a plenipotência de seu significado, tanto ao pastor (ministro de Deus) quanto ao carrasco (ministro da morte).
Agora me conta, foi você que foi lá na casa do Sir Bolso pedir a nomeação do Deputado Marcelo? Foi a sua entidade? Foi a sua turma do futebol da Roque Petroni ou a do Marapendi? Se não foram vocês e, certamente não fui eu, então sobra que o Deputado Marcelo foi indicado pela Frente Parlamentar Evangélica. Até então, tudo bem, não fossem as declarações do comandante de que faria um ministério técnico. Nós deveríamos ter brigado, marcado posição e exigido um nome de consenso setorial.
Agora, não adianta chorar no leite derramado. O que adianta é que unidos marcaremos uma posição todos os dias nos gabinetes das auctoritas, ministru, diretores e secretários em geral, para exigir o cumprimento de uma agenda setorial positiva. Vamos bater panelas na janela por meio de e-mails e telefonemas. Sim, telefonemas, pois agora é a hora de saber, se a auctoritas vai atender às nossas ligações ou se será apenas mais um número para mostrar aos amigos. Este é o ano da retomada econômica do Brasil. Juntos, iremos através de nossas potestas (entidades de classe) fazer de 2019 um feliz ano novo, sim.
*Julio Gavinho é executivo da área de hotelaria com 30 anos de experiência, fundador da doispontozero Hotéis, criador da marca ZiiHotel, sócio e Diretor da MTD Hospitality
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