A Gazeta
A Interpol, organização internacional de polícia criminal que congrega 177 países, foi acionada e passou a figurar como um dos agentes responsáveis pela prisão dos 27 foragidos da operação "Jurupari", deflagrada na sexta-feira (21) pela Polícia Federal em Mato Grosso (PF). No Brasil, a organização internacional é representada pela Divisão Internacional da própria PF, sediada em Brasília, e conta com diversos escritórios espalhados nas principais capitais brasileiras.
A mega operação que desbaratou um esquema fraudulento de concessão de planos de manejo contou a participação de 380 agentes em outros 7 estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
De acordo com as investigações da PF, na prática, os planos de manejo não existiam e a madeira era retirada de áreas de preservação como terra indígenas e reservas legais. A estimativa é de que os prejuízos causados estejam na casa dos R$ 900 milhões.
Ontem à noite, o desembargador do TRF1, Ítalo Mendes, que estava responsável pela análise de pelo menos 10 habeas corpus, se julgou suspeito alegando decisão de foro íntimo. De acordo com o advogado Alcides Lima Neto, responsável pela defesa de Priscila Barros, o filho do magistrado teria sido contratado pela defesa de Antônio Gois, assessor do prefeito de Sinop, Juarez Costa. Uma outra distribuição extraordinária será feita hoje.
Uma nova decisão da Justiça Federal em Mato Grosso foi divulgada ontem, corrigindo o número de mandados de prisão expedidos. Com isso, sobe de 72 para 91 mandados de prisão e de 8 para 27 o número de pessoas foragidas. Uma nova prisão preventiva foi decretada ontem, a do empresário Marcos Zanchet.
Para cada prisão há também um mandado de busca e apreensão, segundo informações da PF. A Justiça não divulgou os valores relacionados às novas prisões. O número total de bens sequestrados divulgados, em relação a 55 acusados, é de R$ 1,746.058,89 bilhão.
A falta dos nomes no despacho do juiz da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, serviu de base para que as defesas de Carlos Azóia, genro do deputado José Riva, e do fazendeiro Benedito Rosemil da Silva, conseguissem a liberdade no domingo. A juíza plantonista, Vanessa Curti Perenha Gasquez concedeu a liberdade, mas a nova decisão do juiz Julier, corrigida ontem, determinou novamente a prisão preventiva deles. De acordo com a Polícia Federal, eles não foram encontrados até o final da tarde de ontem e são considerados foragidos. O advogado Valber Melo, que se encontra em Brasília, afirmou que não sabe do paradeiro de Carlos Azóia e que o advogado Mário Sá é o responsável por fazer o acompanhamento do processo em Mato Grosso. Ele não foi localizado pela reportagem.
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