Após 15 anos de luta por um piso fixado em lei, a categoria de jornalista de Mato Grosso pode finalmente comemorar. Com mais de três horas de reunião entre a atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT), acompanhada pelo advogado da entidade, Marcos Dantas, conseguiu fechar acordo histórico com quatro empresas: TV Cidade Verde (Band); Grupo Folha do Estado; Grupo Diário de Cuiabá; e Grupo Gazeta de Comunicação.
Das seis empresas que começaram a negociação com o Sindjor, em 11 de maio, duas faltaram: TV Centro América (TVCA) e Circuito Mato Grosso. Apenas o Circuito justificou imprevisto e se comprometeu a analisar o acordo fechado com as demais empresas para também assinar o documento.
O acordo, celebrado na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-MT), em Cuiabá, determina piso único de R$ 1.380,00 para todos os jornalistas registrados que trabalhem no estado, além de reajuste de 5,4% (de acordo com o INPC) e mais 1% para cada ano trabalhado, a partir do segundo ano de contrato.
Isso significa que o jornalista que receber salário inferior a R$ 1.380,00 passa a receber o valor do piso, retroativo a 1º de maio, data base dos jornalistas e os demais tem o reajuste do INPC, e os antigos na empresa mais 1% por ano de casa. O acordo tem validade por um ano. Como a TVCA não justificou a ausência, o Sindjor poderá propor dissídio coletivo a empresa.
Apesar do site Olhar Direto não ter participado das reuniões, a diretoria conversou com a presidente do Sindicato, Keka Werneck, e colocou-se totalmente favorável ao valor discutido, devendo ser colocado em ata o posicionamento. Além disso, o Olhar Direto há anos ultrapassa o piso salarial dos jornalistas.
Memória
Para se chegar a esse piso, o Sindjor deflagrou, no dia 27 de janeiro, a campanha salarial de 2010, com o slogan “15 anos sem piso, sem direitos, sem dignidade e agora... sem diploma”, com a realização da Assembleia Geral da categoria.
Na ocasião foi aprovada uma pauta de reivindicação com mais de 40 itens reclamados pelos trabalhadores em jornalismo, entre eles um piso salarial de R$ 2.600,00 e reajuste linear de 20% para todos que atuam na área.
O Sindjor então convocou os empresários, marcando a primeira rodada de negociação com o patronato para o dia 04 de março, na sede do Sindjor. O edital foi publicado no dia 23 de fevereiro. Porém, os jornalistas foram totalmente ignorados. Das 13 empresas convocadas para a primeira rodada de negociação em Cuiabá, nenhuma compareceu ou enviou representante para dialogar com a diretoria.
No dia 11 de maio foi chamada a segunda rodada de negociação, dessa vez já na SRTE-MT. Seis empresas de comunicação enviaram representantes (TVCA, Grupo Gazeta, Diário de Cuiabá, Folha do Estado, Circuito Mato Grosso e TV Cidade Verde-Band). Após uma manhã toda de diálogo com mediação da chefe-substituta da SRTE, Marilete Molinari Girardi, e várias flexibilizações dos trabalhadores, a proposta encaminhada para análise dos empresários estabelecia piso de R$ 1.400,00 e reajuste linear de 5,4% (INPC).
Os representantes dos empregadores levaram a proposta e retornaram com a contraproposta de R$ 1.365,00, aceitando o piso unificado. A diretoria tentou argumentar que desde 1995 o salário inicial do jornalista é de R$ 1.050,00, avançando um pouco o valor, chegando aos R$ 1.380,00.
Nova reunião
Além das cláusulas econômicas, a pauta de reivindicação dos jornalistas é composta por 46 itens das chamadas cláusulas sociais, desse total 17 ficaram suspensas (irão levar para o patronato definir ou não houve tempo para análise na mesa). Para dar continuidade às negociações, uma nova reunião na SRTE-MT foi agendada para o dia 17 de junho, às 09h00.
Fonte: Olhar Direto
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