Diário
Chapada dos Guimarães (distante 67 quilômetros de Cuiabá) é a terceira cidade do Estado a decretar situação de emergência por conta da incidência de queimadas. Incêndios originados na zona urbana e no Parque Nacional têm jorrado todos os dias uma imensa quantidade de fumaça na cidade. Encoberta, a contemplação das belezas naturais também ameaçadas pelo fogo está comprometida.
Com economia voltada para o turismo, só nas últimas semanas a Associação Comercial de Chapada calcula perdas de 25% na arrecadação em vários segmentos do comércio, com quedas mais expressivas na cadeia de hotéis e pousadas.
Outro problema que forçou a decretação de emergência se baseia no racionamento ou falta de água em toda cidade. Há quatro meses sem chuva, as três nascentes que abastecem a cidade estão quase secas. Juntas, elas perderam três vezes a capacidade de produção de água no período da estiagem. De acordo com a prefeitura, todos os dias uma média de 42 residências é abastecida por caminhões-pipa.
Sem acreditar na falta de planejamento prévio, que poderia ter evitado a situação, o prefeito da cidade, Flávio Daltro Filho revelou que o problema recai na falta de recursos. “O problema é financeiro e não orçamentário. A gente nunca sabe qual vai ser a dimensão do problema, mesmo assim, tentamos fazer tudo (combates aos incêndios) na medida do possível”, salientou o prefeito.
Segundo ele, pelo orçamento municipal estipulado para este ano, estão previstos recursos na ordem de R$ 58 mil para combates aos incêndios no município. Até a Justiça já interferiu anteriormente na questão. No início do mês, uma ação civil pública interposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) estipulava de forma emergencial a contratação de cinco brigadistas e mais um caminhão-pipa para realizar os combates aos incêndios. O pedido foi aceito pelo juiz Eduardo Calmom.
Daltro informou à reportagem que já contratou sete brigadistas e dois caminhões-pipa, além de efetuar distribuição de cartilhas com conteúdo explicativo sobre os perigos do fogo pelos bairros da cidade. Com o decreto em vigência, Ministério Público, governo do Estado e a Defesa Civil serão acionados. O levantamento das perdas econômicas, sociais e ambientais será elaborado pela Defesa Civil e encaminhado ao governo federal que poderá destinar recursos a Chapada.
PARQUE EM CHAMAS - De agosto até o presente mês, 14 mil dos 33 mil hectares do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães se transformaram em cinzas, o equivalente a 42% da área total da reserva. Os últimos combates aconteceram na quarta-feira. O circuito com sete cachoeiras, local que atrai muitos turistas, permaneceu fechado por quatro dias. Ontem, segundo informações do Instituto Chico Mendes, responsável pelo parque, o vale do Véu de Noiva estava encoberto pela grande quantidade de fumaça que permanece estacionada na área.
Fonte: O Documento
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