Até fim da manhã de ontem, MT registrava 81 focos de calor e só perdia para SP
Atual trimestre é o mais preocupante, em virtude da estiagem e do calor
Tempo seco e quente é a combinação perfeita para que qualquer fogo se alastre. Em Mato Grosso, o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alerta para o risco de aumento das queimadas em todo o Estado. Somente ontem, até o fim da manhã, Mato Grosso registrava 81 focos de calor. Perdia apenas para São Paulo, com 86 pontos.
Em seu site, o órgão federal informa que as queimas e o risco de fogo tendem a aumentar muito até nos próximos três meses em função da previsão climática que indica normalidade da estação seca. “Alguns setores das regiões Sudeste, Centro-Oeste, além da Amazônia, já estão com mais de 30 dias seguidos sem chuvas e de temperaturas máximas elevadas, o que facilita o uso antrópico (e indevido) do fogo na vegetação”, avisa o órgão.
Conforme o Cptec, climatologicamente o trimestre JJA (junho, julho e agosto) caracteriza-se por ocorrências mais intensas a partir de agosto. Porém, nos dois primeiros meses deste trimestre, com o estabelecimento do período de estiagem nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, são esperadas queimas mais intensas em Mato Grosso, além do Mato Grosso do Sul e de Goiás, assim como em São Paulo e Minas Gerais.
Para evitar o aumento, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) trabalha na formação e contratação de brigadistas. De acordo com o coordenador substituto do Programa de Controle e Prevenção aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Ricardo Glauber da Silva, para este ano estão sendo contratados 262 brigadistas. “Eles começam a atuar a partir de primeiro de julho e até o fim de outubro”, informou.
As brigadas serão montadas em 10 municípios, que foram selecionadas com base no ranking de maior número de focos registrado ano passado e em função da vegetação nativa. São eles: Brasnorte, Tangará da Serra, Juara, Cotriguaçú, Nova Bandeirantes, Confresa, Nova Nazaré, Luciara, São Felix do Araguaia e Cocalinho.
Ricardo Glauber observa que em alguns desses municípios as brigadas serão formadas por indígenas e estarão sediadas dentro terras indígenas. Este é o caso de Brasnorte, onde haverá uma base nas reservas dos índios irantxe e miky.
Em função do contingenciamento do orçamento do governo federal, o Prevfogo contara com menos recursos este ano em relação ao ano passado. “A tendência é que diante da necessidade o recurso seja aumentado”, espera Ricardo Glauber. O valor da verba destinado ao programa não foi informado.
A queimada não é uma prática permitida. Ela somente poderia ser praticada se houver autorização dos órgãos ambientais competentes. Uma prática muito comum que provoca queimadas é atear fogo no mato para aumentar a área de pasto para gado. Porém, há o risco de o fogo fugir de controle. Alem disso, as bitucas de cigarro jogadas em beira de estrada e o lixo queimado em local inadequado são capazes de provocar um grande incêndio e causar danos irreversíveis à fauna
JOANICE DE DEUS - DC
Nenhum comentário:
Postar um comentário