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quarta-feira, junho 01, 2011

Políticos de MT aparecem na “caixa preta” do Ministério das Comunicações

 Edilson Almeida
Nomes de vários  parlamentares de Mato Grosso apareceram na lista da "caixa-preta" do Ministério das Comunicações, que são sócios ou têm algum parentesco com donos de veículos de comunicação. Pela legislação, o político pode ser sócio de rádio ou TV, mas não pode exercer cargo de diretor. A principal crítica para o controle políticos sobre as concessão de rádio e TV diz respeito ao uso delas  para alavancar candidaturas e prejudicar adversários.

Entre os nomes que aparecem na lista do Ministério das Comunicações estão  Wellington Fagundes, do Partido da República; Júlio Campos, do Democratas; e Roberto Dorner, do Partido Progressista. Fagundes, a princípio, é o que aparente ter maior poderia de emissoras por concessão em seus domínios. Ele possui rádios e TV em Tangará da Serra, Barra do Garças, Jaciara e Rondonópolis. Roberto Dorner, de Sinop, eleito deputado federal suplente, é dono da TV Rondon, adquirida do Grupo Futurista, controlado pela família Campos.

Entre os estaduais, ficaram  Hermínio J. Barreto (PR),  Sebastião Machado Rezende (PR), Sérgio Ricardo (PR) e José Domingos Fraga Filho (DEM).

A mulher e o filho do governador Silval Barbosa, Roseli de Fátima Meira Barbosa e Rodrigo da Cunha Barbosa são donos da Rádio Educadora Nova Geração, em Paranatinga. A mulher de Janete Riva, esposa do presidente da Assembléia Legislativa, deputado aparece na relação como  sócia/diretora da Gaspar Radiodifusão Ltda., em Alta Floresta, no Norte do Estado.

O suplente do senador Osvaldo Sobrinho (PTB), é sócio em duas rádios, a Sociedade Rádio Educadora de Cuiabá Ltda. e a Sociedade Rádio Educadora de Guarantã do Norte Ltda. As emissoras anteriormente estavam em nome de seu sobrinho, Ezequiel Roberto, que veio a falecer em acidente. Sobrinho é suplente de Jayme Campos, irmão de Júlio Campos, que controla a TV Brasil Oeste, que controla o Grupo Futurista de Comunicação.

Em Mato Grosso, de acordo com os dados gerais do Ministério das Comunicações, estão outorgadas 193 concessões de caráter comercial, 82 emissoras comunitárias e duas educativas.

Um levantamento inicial apontou que 56 deputados federais e senadores de diferentes regiões do país são sócios ou têm parentes no controle de emissoras. Entre eles, 12 são do PMDB, partido que presidiu o país durante o governo de José Sarney, quando houve farta distribuição de concessões em troca de apoio no Congresso.

A publicação do cadastro faz parte de um conjunto de medidas a ser baixado pelo governo para combater irregularidades na área. Entre elas, o uso de laranjas para esconder o verdadeiro dono com o objetivo de venda posterior da concessão.

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