por José Ribamar Trindade e Thais Tomie
Mato Grosso já assistiu mortes bárbaras, daquelas só vistas em filmes de terror. Como um advogado que teve as vísceras extirpadas, e no lugar delas os assassinos colocaram pedras para que o corpo afundasse em uma lagoa. Já viu. Aliás, o mundo viu três bandidos serem queimados vivos. Já viu também execuções onde as vítimas tiveram a língua cortada. E casos que a vítimas assassinadas tiveram as pernas e os braços decepados. Mas a maior barbari até hoje, em pleno Século 21, foi a execução sumária da jovem “assada” num forno de assar pizza. A vítima pode ter sido esquartejada, ou até mesmo jogada no forno ainda viva. Podemos afirmar, no entanto, que a morte de Katsuê Stefany dos Santos Vieira, de 25 anos, assustou até mesmo os mais calejados policiais civis e militares do Estado.
“Não temos a informação, muito menos a certeza de que a jovem foi esquartejada. Ela também pode ter sido jogada viva, ou desacordada após ser esfaqueada dentro do forno, de onde só restou meio quilo de cinzas e um pedaço do crânio. Eu, sinceramente, nunca havia visto tanta brutalidade em todo a minha carreira de mais de 20 anos de delegado de polícia”, analisa o delegado Silas Tadeu, titular da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP)...
Bem que o assassino, já identificado como Weber Melques Fernandes de Oliveira, de 25 anos, com passagens pela Polícia em crimes de receptação de roubo e furto, tentou modificar a cena do crime. Só que, como diz o ditado popular: não existe crime perfeito, Weber deixou para trás um monte de vestígios e fortes indícios de que ele cometeu o mais terrível dos crimes contra a vida de um ser humano.
Depois que deixou uma casa noturna no bairro Senhor dos Passos, nos fundos da Estação Rodoviária de Cuiabá em companhia de Katsuê, onde deixou bem visível a primeira pista, Weber deixou a segunda pista ao ser visto chegando de moto à Fornalha Pizzaria, localizada na Rua N, paralela à Avenida General Mello, próximo ao córrego do Barbado,em Cuiabá em companhia de uma mulher que pode ser Katsuê.
A terceira pista, muito bem materializada: duas jóias de propriedade da vítima morta carbonizada. Jóias já reconhecidas pela mãe da vítima. Mas o assassino ainda deixou para trás outras pistas que podem levá-lo à prisão e à condenação. A quarta pista: Weber gritou muito quando estava espancando a vítima. Isso, segundo testemunhas já contaram à Polícia, por volta das 2h20 da madrugada de sexta-feira (03).
A quinta pista: vizinhos ouviram uma discussão em voz alta e os gritos, tanto de um homem, quanto de uma voz de mulher pedindo socorro. Inclusive os moradores acionaram a Polícia Militar, que chegou ir ao local, mas como estava tudo em silêncio, a viatura voltou.
A sexta pista: Moradores acionaram novamente a Polícia pela manhã quando perceberam que alguém estava lavando a pizzaria e a água que escorria por baixo da porta estava manchada de sangue. Sétima pista: moradores também viram Weber deixando o local com as roupas sujas de sangue.
Caso o material colhido dentro do forno da pizza não sirva para a realização do DNA com o sangue já colhido da mãe de Katsuê, o delegado André Renato Gonçalves, da equipe de investigações da DHPP, e presidente do inquérito. Já tem também a afirmação do pai de Weber, que confirmou que o filho confessou ter matado uma mulher antes de fugir.
Aliás, Weber matou e depois, como se nada tivesse acontecido, foi para a casa dos pais dormir. Ao ser acordado pelo pai, o assassino ainda chegou a negar, mas depois resolveu abrir o jogo. “Ele (o Weber), confessou ter matado a jovem para o pai. Por isso nós representamos pela prisão dele. Nossa esperança era que ele se apresentasse espontaneamente. Só que, a imprensa divulgou que ele estava sendo caçado e com prisão decretada, e ele acabou sumindo de vez. Mas nós estamos atrás dele”, afirmou o delegado Silas Tadeu.
Em conversa com a reportagem do Portal de Notícias 24 Horas News, o delegado Silas Tadeu comentou, que possivelmente a intenção do assassino era destruir completamente o corpo, para dificultar a identificação da vítima. Um caso típico ao do goleiro Bruno, ex-Flamengo, acusado de matar a namorada, cujo corpo até hoje não foi localizado.
Só que no caso do goleiro Bruno, ele pode não ter se envolvido diretamente na morte da namorada. Mesmo assim a Polícia conseguiu mantê-lo preso até hoje, inclusive também levá-lo à júri popular um pouco mais adiante. Só que, aqui em Cuiabá, o Weber deixou muitas pistas.
“Caso o material encontrado no forno e as manchas de sangue deixadas no local não sirvam para um confronto genético, nós temos, pelo menos mais seis fortes indícios, inclusive provas testemunhais de que o Weber é o autor da morte de uma pessoa, que pode ser a jovem Katsuê, que por enquanto continua como desaparecida. Ela só vai ser oficializada como morta após o exame de DNA”, comentou o delegado Silas Tadeu.
DROGA - Uso de uma grande quantidade de droga pelo casal teria sido o motivos do crime? Ou o assassino teria tentado que a companheira usasse droga, e como ela se recusou ele a matou?
"Não sei. Sinceramente estão falando muita coisa. Coisas que nós ainda não temos nenhum tipo de comprovação. Falam em droga, pois ele (o WEber) seria usuário, mas nós até agora não sabemos se foi esse o motivo. Vamos aguardar o final das investigações do delegado André", concluiu o delegado Silas Tadeu.
Fonte: 24 Horas News
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