O bispo emérito de São Félix de Araguaia (Brasil), bispo dos pobres, dossem terra, Pedro Casaldáliga, terá sua série de televisão. Trata-se de”Descalço sobre a terra vermelha” (Descalç sobre la terra vermella, emcatalão), baseada em uma novela homônima do jornalista Francesc Escribano, quecomeçará a ser gravada na primavera e será transmitida na TVE e TV3.
O papel do missionário catalão será interpretado por Eduard Fernández,que visitou o prelado na Amazônia há alguns meses para conhecê-lo pessoalmente.A série é co-produzida pela TVC, TVE, Minoría Absoluta, Raiz ProduçõesCinematográficas y TV Brasil.
Pedro Casaldáliga completou no dia 16 de fevereiro passado 84 anos. Nascidoem 1928, se ordenou sacerdote em 31 de maio de 1952, unindo-se aos claretianos.Em junho de 1968 se mudou como missionário ao estado do Mato Grosso no Brasil.Em 23 de outubro de 1971 foi ordenado bispo de São Felix do Araguaia.
A diocese é uma das mais extensas do país, ocupando uma superfície decerca de 150.000 km², habitados em sua maior parte por indígenas proprietáriosde terra assim como do regime militar existente nesse momento no Brasil. JoãoBosco, seu vigário, chegou a ser assassinado por pistoleiros que confundiramBosco com o próprio Casaldáliga (1977). Nesses momentos, recebeu total apoio doVaticano, especialmente por parte do Papa Pablo VI, mas isto nem sempre seriaassim.
Ainda que jamais tenha regressado à Espanha e sempre se mostradorelutante a viajar por medo de não poder entrar de novo no Brasil, em 1985realizou uma polêmica visita a Nicarágua. Casaldáliga foi até este país paramostrar sua solidariedade com os religiosos nicaraguenses. Em 1988 viajou até oVaticano e foi recebido em audiência pelo Papa. A visita não foi plenamentesatisfatória e alguns meses mais tarde recebeu uma séria advertência por parteda Santa Sede que criticou seu apoio à causa sandinista e da Teologia daLibertação.
Ao completar 75 anos, a Casaldáliga foi-lhe recordado desde o Vaticanoque – como todos os bispos ao chegar a essa idade – teria que apresentar suademissão. O religioso decidiu permanecer na diocese que havia presidido durantemais de 35 anos, reclamando a participação da comunidade na eleição de seusucessor, apesar de que a Santa Sede lhe recomendou abandonar o país. Doente deParkinson desde algum tempo, Pedro Casaldáliga não quis abandonar a luta peladefesa dos direitos dos menos favorecidos.
A notícia é de Periodista Digital |Oclacc
Jornal Correio do Brasil
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