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sexta-feira, agosto 30, 2013

Com a calmaria na desocupação Suiá Missú, em MT, conflito indígena segue tenso, no Sul da Bahia, em Buerarema

O conflito envolvendo indígenas no Brasil está apenas começando, como nos mostram os fatos que não estão sendo noticiados pela mídia nacional. Após o longo processo de desocupação da Fazenda Suiá Missú, transformando truculentamente 165 mil hectares em reserva Xavante, a Marãiwatsédé.

A questionada desocupação foi realizada a toque de caixa, mesmo havendo documentos que comprovam existir uma fraude da Fundação Nacional do Índio (Funai) em conluio com o Conselho Missionário Indígena (CMI) capitaneada pelo bispo emérito dom Pedro Casaldáliga.  

O bispo emérito dom Pedro Casaldáliga tem o mássico apoio da mídia nacional, internacional e da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT). Inclusive é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que durante a campanha presidencial de 2002 fez questão de visitar o amigo em São Félix do Araguaia (MT). 

Na Suiá Missú o conflito entre proprietários rurais e índios foi evitado com a utilização de uma estratégia de “guerra” pela Força de Segurança Nacional que executou uma ordem judicial que, até hoje, não transitou em julgado. Tecnicamente o que ocorreu foi o cumprimento provisório de sentença, prolatada pelo juiz Sebastião Julier que, numa canetada, expropriou os produtores rurais da Suiá Missú e os obrigou a sair pacificamente de suas residências para dar lugar aos índios Xavantes, vivendo atualmente às margens de rodovias, em barracos de lonas improvisados.

O magistrado Sebastião Julier, fala-se de passagem, é cotado para ser candidato a governador do Estado de Mato Grosso, os partidos inclusive brigam para “levar” Julier para sua cúpula que ainda estuda em qual sigla irá filiar-se.

A ação de desocupação na Marãiwatsédé foi finalizada em fevereiro desse ano. Neste momento o conflito volta-se para o Sul do Estado da Bahia, na pequena cidade de Buerarema, onde cerca de 300 pessoas autointituladas índios Tupinambás, reivindicam uma área de 48 mil hectares. No local há aproximadamente 300 propriedades autossustentáveis.

Acontece que na Bahia, diferentemente do que aconteceu no Mato Grosso, os que se dizem índios andam em viaturas oficias da Fundação Nacional dos Índios, armados até os dentes e já expulsaram mais de 70 produtores de suas propriedades, apesar de terem em mãos um mandato de reintegração de posse, o qual, curiosamente, não é cumprido pela mesma Força de Segurança Nacional, que está na cidade. 

O conflito prolongou durante toda a semana que passou e continua tenso nesta semana. O cenário é de guerra. Os produtores estão sitiados no perímetro urbano da cidade e tentam responder aos sucessivos ataques dos Tupinambás. Já foram incendiadas pelos indígenas oito casas, uma mercearia, várias propriedades rurais. Em resposta os produtores cercaram e queimaram quatro viaturas da Funai e do governo federal.

O cenário na Bahia é o mesmo que aconteceu na Suiá Missú. Desespero, pessoas chorando, casos de depressão e violência. A diferença é que lá os produtores não estão aceitando o absurdo do indigenato e estão respondendo aos ataques dos índios, que contam com total respaldo do governo federal através da Funai. 

Na sexta-feira (23) o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participou da instalação da mesa de diálogo com os indígenas do Brasil e foi categórico em afirmar que é contrário à aprovação da PEC 215. Este Projeto de Emenda Constitucional passa a responsabilidade pela discussão de demarcação de reservas indígenas para o Congresso Nacional, obrigando, assim, que o assunto seja discutido de forma democrática. Ele disse, ainda em tom sarcástico “não podemos acabar com a galinha dos ovos de ouro” momento em que foi aplaudido pelos indígenas presentes os quais, obviamente, afirmaram ter gostado do discurso do ministro da Justiça. 

A guerra indígena continua em diversos locais Brasil afora. A Funai vem tirando os produtores rurais do campo e colocando os índios. Assim como aconteceu no Mato Grosso, onde sete mil pessoas foram despejadas, está acontecendo agora no Sul da Bahia, no Mato Grosso do Sul, no Paraná e em tantos outros lugares. 

Em entrevista, por telefone, o presidente da Associação dos Produtores Rurais da Suiá Missú (Aprossum), afirmou que está organizando uma frente nacional dos produtores rurais atingidos pela Funai e está essa semana em Buerarema. Afirmou também que estão inventando índios, “aqui (em Buerarema) quem quiser ser índio pode ir lá e fazer a sua carteirinha e passar para o lado deles, aqui não tem decreto, tem um estudo antropológico falso e o processo está sendo analisado pelo Ministério da Justiça. Mesmo assim, sem decreto de demarcação, os índios estão invadindo, saqueando e atacando os produtores. A cidade vive um momento de tensão”, disse Sebastião Prado.

 

Por Leandro Lima/DM

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