A ferrovia que interliga os estados de Mato Grosso e Pará pode ter as obras iniciadas em 2015. A previsão foi feita pelo presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) Bernardo Figueiredo ao idealizador do traçado ferroviário, deputado estadual José Riva (PSD), em Brasília (DF). O próximo passo, segundo ele, é a realização do estudo de viabilidade, engenharia, modelagem e contração da empresa que construirá a linha férrea.
"Isso demora um tempo. Vamos construir uma proposta para implementa-la em partes, através de ramais. Também temos que passar pelo crivo do ministro dos Transportes e da União de uma forma geral. Porém, o prazo para a preparação do projeto é entre um ano e meio no máximo e temos a condição de deixá-lo pronto para começar em 2015", disse na reunião, ontem, Bernardo Figueiredo.
Após a apresentação do projeto de ferrovia pela comitiva de Mato Grosso e do Pará, o presidente da EPL agradeceu a sugestão dos estados ao lembrar que a empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes tem justamente esse papel, de planejar os cenários de logística para os próximos anos.
"A EPL tem a obrigação de avaliar o Brasil em uma perspectiva de médio e longo prazo. A proposta complementa o esforço que está sendo feito pelo Governo Federal e faz sentido a sua implantação. O potencial de produção e crescimento econômico da região justifica essa obra e concordo com a classe política de Mato Grosso que a falta de infraestrutura inviabiliza o crescimento", disse Figueiredo, que sugeriu inclusive adequações ao projeto para estar em consonância com o Plano Nacional de Viação Ferroviária.
Para Riva, a reunião foi positiva em função do presidente da EPL dizer que não precisava ser convencido da importância da obra, pois já conhecia o projeto e a viabilidade. "Temos que trabalhar a partir da realidade que já temos, o Brasil tem o Plano Ferroviário Nacional, na qual precisamos incluir a ferrovia. Conseguimos garantir o apoio do Bernardo Figueiredo que ampliará os estudos sobre a proposta e posteriormente, vamos intensificar as discussões entre os dois estados. Já tínhamos convicção da viabilidade, essa ferrovia representa a redenção não apenas para Mato Grosso e Pará, mas é fundamental para o Brasil, pois representará facilmente, o aumento de produção em mais de 30 milhões de toneladas até 2020, ampliando em 50% a produção nacional de grãos e minérios", justificou.
Riva disse que após a reunião com o ministro dos Transportes, César Borges e agora com o presidente da EPL, a implantação da ferrovia está mais próxima de se tornar realidade. "Vamos fazer as adequações necessárias após conhecermos profundamente os estudos de malha ferroviária do Brasil. Temos investidores de cinco países [Rússia, Estados Unidos, China, Alemanha, Espanha] interessados em construir o traçado".
Bernardo assumiu a responsabilidade de estudar o projeto de ferrovia MT/PA. "O primeiro passo para a obra é esta ser estudada, estamos fazendo isso hoje. Vamos assumir o estudo dessa ligação, analisar como será feita e o traçado, talvez criando um ramal passando por Vila Rica (MT), Conceição do Araguaia e Redenção (PA), que já é parte dessa ferrovia proposta", afirmou.
Ferrovia - O projeto de ferrovia MT/PA foi elaborado no gabinete do deputado Riva, com traçado partindo de Água Boa (MT) até Barcarena, no nordeste paraense. Também é analisada a possibilidade da ferrovia seguir do município mato-grossense até Marabá, no sudeste do Pará. A ligação com o nordeste seria viabilizada com a construção de dois ramais, um até o porto de Vila do Conde (Barcarena) e outro até o porto de Espadarte (em Curuçá/PA), que está em projeto de implantação. Lideranças políticas e empresariais de Sorriso solicitaram a inclusão do município no trajeto da ferrovia por meio de um ramal.
Ao todo, mais de 30 municípios de Mato Grosso e Pará serão beneficiados com o traçado ferroviário de 1,8 mil km, melhorando a qualidade de vida de mais de três milhões de pessoas.
Também estiveram presentes na reunião, os deputados federais de Mato Grosso, Eliene Lima (PSD), Wellington Fagundes (PR), Júlio Campos (DEM) e Nilson Leitão (PSDB) e o estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) e o prefeito de Água Boa, Mauro Rosa da Silva (PPS). Da comitiva do Pará, participaram o deputado estadual Giovanni Queiroz (PDT) e o ex-deputado estadual Paulo Rocha (PT).
Fonte: Só Notícias com assessoria
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