Deputado Federal não confirmou, nem negou, que partido fará oposição ao governador Pedro Taques
O deputado federal Valtenir Pereira (PSB), recém-empossado como presidente da sigla em Mato Grosso, minimizou o racha provocado pela sua nomeação como líder do diretório no Estado, afirmando que a base da agremiação é quem irá “decidir” os rumos da legenda. A declaração foi dada durante entrevista ao Jornal do Meio na última sexta-feira (23).
“Quem decide apoio é base partidária. O diálogo com a base é quem vai definir o posicionamento do partido em 2018”, disse o deputado federal.
Desde que saiu do PMDB e voltou ao PSB no último dia 14 de junho à convite do presidente nacional da legenda, para comandar o partido em Mato Grosso, Valtenir Pereira vem encontrando forte resistência dos principais nomes da agremiação no Estado, como o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, os também deputados federais Adilton Sachetti e Fabio Garcia, dos deputados estaduais Adriano Silva, Mauro Savi, Max Russi, e Oscar Bezerra, além do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), Eduardo Botelho.
O grupo, que já declarou que irá permanecer na base de apoio ao governador Pedro Taques (PSDB) – posição contrária a de Valtenir -, agendou, inclusive, uma reunião para a próxima segunda-feira (26), em Cuiabá, que irá contar com a presença de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças políticas ligadas ao PSB para uma “conversa” sobre os encaminhamentos a serem tomados. O presidente do partido não foi convidado para o encontro.
Valtenir afirmou, no entanto, que “encara com naturalidade” a atitude dos líderes do PSB de Mato Grosso. Ele disse que foi convidado para comandar a sigla a pedido do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, para “reposicionar” a legenda que, segundo ele, “deve estar em sintonia com as ruas”.
Embora tenha sido recepcionado com a animosidade do grupo, o presidente do PSB de Mato Grosso defendeu o diálogo com a base partidária, e mesmo com os membros que estão descontentes com a sua liderança, afirmando, inclusive, já conversou com alguns deles.
“O momento é de dialogar com as bases. Tenho sido muito bem recebido onde tenho passado. Já conversei com vereadores e prefeitos. Também já conversei com o Max Russi, tive uma conversa muito boa com o Eduardo Botelho e vou buscar um dialogo com Oscar Bezerra, com o deputado Adriano e com o deputado Mauro Savi. Vim para construir consensos”, disse ele.
Questionado se tentará fazer com que o grupo migre para a oposição ao governador Pedro Taques, o presidente do PSB de Mato Grosso limitou-se a dizer que o momento é de “diálogo”. Ele também não confirmou, nem negou, se irá pedir na Justiça os mandatos dos deputados da sigla que resolvererm deixar o partido em razão de sua nomeação, ponderando apenas que essa é uma decisão de “cunho pessoal”.
RACHA
O racha no PSB de Mato Grosso começou após a votação a favor da reforma trabalhista de Fabio Garcia e Adilton Sachetti. A orientação oficial da sigla era votar contra a proposta. A ruptura, no entanto, reflete a disputa interna que vem ocorrendo na legenda a nível nacional. Carlos Siqueira pertence ao grupo que faz oposição ao governo Michel Temer (PMDB), composto ainda pelos deputados federais Tadeu Alencar e Danilo Cabral, ambos do PSB de Pernambuco, e aliados do governador do Estado, Paulo Câmara.
Porém, um grupo liderado pelo senador Fernando Bezerra, além do Ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, é aliado a Michel Temer, composto, inclusive pelos parlamentares “dissidentes” de Mato Grosso (Fábio Garcia e Adilton Sachetti).
Na última quinta-feira (22) o PSB exibiu seu programa partidário em cadeia nacional defendendo as Eleições Diretas, fato que desagrada o atual Presidente Michel Temer – e o grupo que é aliado ao chefe do poder executivo nacional.
Do Folha Max.
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