Daniela Torezzan -Estação Vida
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou nesta semana o levantamento detalhado do desmatamento por corte raso para toda a Amazônia Legal no período de agosto de 2008 a julho de 2009, que totalizou 7.464 quilômetros quadrados. Os dados, medidos pelo PRODES (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), confirmam a tendência de queda divulgada em dezembro de 2009. Em comparação com o mesmo período em 2007/2008 a queda foi de 42%, atingindo a menor taxa de desmatamento observada desde 1988, quando começaram a ser feitos os monitoramentos por satélite.
De acordo com o levantamento, Mato Grosso registrou queda de 68% do desmatamento por corte raso da floresta entre agosto de 2008 e julho de 2009, passando de 3.258 quilômetros quadrados para 1.049 q uilômetros quadrados. A queda em Mato Grosso foi uma das mais expressivas de toda a Amazônia Legal, seguida pelo Pará, que reduziu 24% o desmatamento por corte raso. Os dois Estados juntos contribuíram com cerca de 70% do desmatamento em toda a Amazônia Legal entre 2008 e 2009.
Na comparação entre os dois últimos períodos, 2007-2008 e 2008-2009, Mato Grosso também reduziu sua participação no desmatamento total da Amazônia de 25% para 14%. Já o Pará, aumentou sua participação de 43% para 57%.
Laurent Micol, coordenador executivo do ICV (Instituto Centro de Vida), confirma que os dados detalhados do PRODES para o período de agosto de 2008 a julho de 2009 ficaram muito próximos da estimativa divulgada no final do ano passado, mas reforça a necessidade de continuar o monitoramento. “Realmente ocorreu uma queda forte na taxa de desmatamento na Amazônia, e a maior queda foi em Mato Grosso. Isso é uma boa notícia, mas não pode ocultar as preocupações que temos com rel ação à alta da degradação florestal e aos sinais recentes de retomada do desmatamento”, alerta.
Para o INPE a diminuição das taxas de desmatamento se deve a criação do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM), pelo governo federal. O instituto também atribui o resultado ao trabalho de monitoramento em tempo real, que permite uma fiscalização mais rápida e efetiva.
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