Deputada e primeira-dama de Palmas diz que pior do que perder a eleição para a presidência da Assembleia com a oposição tendo maioria no plenário, foi ser derrotada com votos de seu próprio partido
A deputada Solange Duailibe (PT) ainda não se conformou com a traição do seu partido na eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa. Ela foi derrotada na disputa pela presidência da Casa com dois votos de diferença. Os dois deputados do PT votaram no seu adversário. “O que doeu não foi a derrota, foi não ter os dois votos do meu partido que me consagraria presidente da Assembleia Legislativa, é saber que eu não posso contar com o meu partido. Eu me senti envergonhada, me senti desprestigiada, perseguida, discriminada. Foi uma sensação muito ruim”, desabafa a deputada indignada com a posição do seu partido.
Sem meias palavras Solange ataca o assembleísmo do PT, que em sua opinião esconde uma postura autoritária da cúpula. “O que precisa acabar aqui no Tocantins é isso, um grupo que está aí há muitos anos no comando do partido toma as decisões sem ouvir. Eles falam que ouviram as bases, mas que bases? Eles já levam as questões aprovadas, como já pude ver e sentir na pele. Eles decidem isso, então eu discordo plenamente. Eles precisam ouvir os líderes, quem tem mandato e tem representatividade”, cobra a parlamentar, que acusa um grupo de filiados históricos de mandar no partido. A deputada revela que tem sido discriminada internamente até pela roupa que veste.
Depois da derrota Solange demonstrou o desejo de deixar o PT e segue firme neste propósito. Até setembro garante que toma uma decisão. Por enquanto prefere seguir como uma deputada independente, contrariando a posição do partido, que integra um bloco governista. Para a deputada o comprometimento do PT com o governo está ficando evidente demais e mostra um equívoco do partido que pode custar muito caro ao seu futuro. Ela condena a postura contraditória da bancada petista na Assembleia, que vota com o governo, mas se diz oposição e prega que só um movimento de transformação pode evitar o PT de um retrocesso.
Solange Duailibe pondera que não gostaria de deixar o PT, que tem simpatia pelo partido, mas não vê outro caminho diante do que vem sofrendo e que ainda pode sofrer retaliações e discriminação. A deputada não revela para qual partido pretende ir, mas vê com simpatia as articulações para fundação do PDB (Partido da Democracia Brasileira) e diz se sentir prestigiada pelos convites que tem recebido de dirigentes de várias siglas.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção a deputada, que também é primeira-dama de Palmas, condena as exonerações do governo que para ela começou mal, defende a decisão do prefeito Raul Filho (PT) de cancelar o carnaval e fala da satisfação do trabalho social realizado na Capital, em busca de tirar crianças das ruas por meio da arte e da cultura. Solange não esconde que 2014 está nos planos de Raul Filho, que mantém o sonho de conquistar o Palácio Araguaia.
A sra. ainda deseja sair do PT, como manifestou depois da derrota para a presidência da Assembleia Legislativa?
O desejo se mantém. É difícil continuar num partido onde sofro tanta discriminação, onde o partido não me projeta, pelo contrário sempre buscando interpor aos meus projetos políticos, que não me ajuda. Um partido onde sofro preconceito, isso eu nunca pensei que fosse sofrer dentro do Partido dos Trabalhadores. Eu já me filiei a outras siglas partidárias, mas eu nunca me senti tão perseguida, tão desrespeitada, tão discriminada como dentro do PT. É um partido que eu gosto, mas hoje no Estado, com o comando que tem o PT, é difícil eu ficar no Partido dos Trabalhadores.
A que a sra. atribui a motivação desta discriminação?
Nem eu mesma entendo, porque apesar de muitas críticas que eu sofri dentro do Partido dos Trabalhadores por ser uma deputada que ficava mais em Palmas, mas isso sempre foi muito bem conversado com o presidente. Nós sempre colocamos a questão Palmas nas disputas eleitorais das prefeituras, eu ia a poucos municípios onde tínhamos companheiros concorrendo, e eu ficava mais em Palmas, mas isso foi acertado por ser a capital do Estado, num projeto muito mais ousado, uma vitória conquistada com muita dificuldade e que nós chegamos a um acordo que era mais importante eu ficar no município. Então não entendo porque eu sofri tudo isso no Partido dos Trabalhadores. Essa última agora da presidência da Assembleia, não há justificativa, por mais que queiram falar que teve um acordo com o governo, que não podia retornar num acordo como esse, deixar de ter a presidência do maior poder do Estado.
O presidente do meu partido diz que eu tomei a decisão depois que ele já tinha fechado o acordo, mas quando ele fechou o acordo o meu nome não era consenso no grupo e para eu ser candidata a presidente não era questão do PT querer, porque nós tínhamos só três deputados, tinham seis do PMDB, três do PPS, um do PSB, um do PR e teria que ser um nome que aglutinasse todos esses deputados. Então quando surgiu a oportunidade que eles viram que era o meu nome pra aglutinar todo esse grupo, foi o meu partido, de onde eu menos esperava, que se opôs. Não dá para entender.
Como foi perder uma eleição com votos contrários do seu próprio partido?
O que doeu não foi a derrota, porque numa disputa dessas acho que não existem perdedores, para mim foi muito importante ser a candidata da oposição. O que doeu foi isso mesmo, não ter os dois votos do meu partido que me consagraria presidente da Assembleia Legislativa, é saber que eu não posso contar com o meu partido. Eu me senti envergonhada, me senti desprestigiada, perseguida, discriminada. Foi uma sensação muito ruim. É claro que eu tenho os meus deveres com o partido, mas o partido também tem os seus deveres comigo. Sou uma deputada que sempre ajudei nesses oito anos e meio que estou no Partido dos Trabalhadores, ajudei a fortalecer esse partido no Estado do Tocantins, eu e o prefeito Raul Filho. Nós contribuímos bastante. Sou uma deputada que me elegeria em qualquer uma das coligações, com quase 21 mil votos. Sempre ajudei nas decisões mais difíceis do partido e sempre sigo orientação do Partido dos Trabalhadores aqui na Assembleia Legislativa. Nunca envergonhei esse Parlamento e meu partido, sempre contribui da melhor forma possível, então eu não entendi, como não entendo até hoje, o posicionamento dado pelo presidente do Partido dos Trabalhadores do Estado do Tocantins, os motivos que levou a Executiva a apoiar o candidato do PSDB (Raimundo Moreira) em detrimento do meu nome a presidente da Assembleia.
A sra. teme novos problemas com o partido em função da decisão de compor um bloco governista, enquanto a sra. prefere ser independente?
Eu estou a oito anos nesse Parlamento e nunca vi uma posição como está tendo o PT agora. Diz que não é situação, diz que não é oposição, é independente, mas basta o presidente da Assembleia convocar a bancada do governo para reunião que os primeiros deputados que vão são os dois do PT. Então, se não é governo, porque participa de reuniões do governo, se não é governo porque ajudou o governo a ter essa vitória aqui na Assembleia Legislativa? Há a questão da governabilidade, nós também daríamos essa condição ao governador, eu só acho que esse momento no Tocantins é um momento diferente. O governador do Estado foi eleito, mas a maioria dos deputados foi da oposição e nós tínhamos essa oportunidade de ter esse equilíbrio de força aqui no Estado com uma Assembleia independente, sem ser subserviente, mas é claro, ao mesmo tempo, garantindo a governabilidade. É claro que nenhum deputado de oposição quer fazer oposição irresponsável, longe disso, mas nós teríamos instrumentos para debater, para barrar abusos porque a sociedade do Tocantins teme. Mesmo porque mais de 60% das pessoas, dos eleitores, não votaram no governador Siqueira Campos, quer dizer, são pessoas que têm medo ainda da forma que foi os seus governos anteriores. Não quero aqui tirar os méritos do governador desde a implantação do Estado, mas essa forma de fazer política que ele fazia antigamente, isso já foi banida da política do Tocantins. A gente vive em outros tempos, há mais democracia, o Ministério Público está aí, é diferente, a própria consciência dos deputados é diferente. Então eu vi que esse era um momento bem diferente para a política, para a história política do Tocantins, e foi justamente o Partido dos Trabalhadores, um partido que eu jamais imaginei que fosse dar apoio a Siqueira Campos, que fez com que a gente não chegasse a essa vitória de ter esse equilíbrio de forças para dar tranquilidade à sociedade tocantinense.
A sra. e o prefeito Raul Filho não devem uma explicação ao partido sobre o apoio a candidatos fora da coligação?
O Partido dos Trabalhadores em 2006, nas eleições, eu pude ser testemunha que a maioria estávamos apoiando o ex-senador Leomar Quintanilha, porque o PT decidiu apoiar. Mas o prefeito Paulo Mourão foi o primeiro a apoiar o ex-governador Marcelo Miranda e não foi só ele, foram vários, tanto que a deputada que hoje aqui está, a Amália (Santana), também, foram tantos petistas como Célio Moura, por exemplo, eu vi petistas apoiando Kátia Abreu e não apoiou Célio Moura. Então estou vendo essa questão no partido há muito tempo. E naquele tempo houve discussões e tudo, eu acompanhei desde o governador, o senador Célio Moura, quem o partido realmente fez aliança. Então querer cobrar essas questões é difícil, porque não é só a deputada Solange, o prefeito Raul Filho, se você for passar por uma peneira vão ficar muitos poucos nesse quesito. Então se o partido quer cobrar essa posição que olhe para trás e veja a história de quem agora cobra isso. Eu estou muito tranquila porque apoiei os candidatos da nossa coligação, questão de que apoiei outro candidato a senador quero que provem, eu não tinha um material, eu não tinha nada. Agora, o prefeito Raul Filho, sim, chegou a pedir votos, e todo mundo sabe os reais motivos que o levaram a isso, foi justamente uma puxada de tapete, como se fala, mas claramente, numa convenção que a gente não esperava aquele resultado, então houve essas divergências e ele tomou esse posicionamento até porque o senador João Ribeiro, da base do presidente Lula, o próprio ministro (Alexandre) Padilha e tantos outros, (Aluisio) Mercadante até gravaram programa eleitoral pedindo voto para o João Ribeiro. Então cobrar da gente, cobrar do prefeito Raul, cobrar de outros que fizeram essa opção, então cobre de cima para cá, cobre do Mercadante, o senador, cobre do ministro Padilha e tantos outros que gravaram pedindo votos para o senador João Ribeiro.
Como a sra. analisa a declaração do presidente do partido, Donizeti Nogueira, de que o Raul Filho expurgou os petistas da administração de Palmas?
Eu não vejo dessa forma. O prefeito Raul Filho tinha que fazer uma reforma administrativa e o Orçamento Participativo foi uma das secretarias extintas, e hoje é uma diretoria. Ter falado que o PT está fora da administração não é verdade, nós temos tantos, até a Rosimar Mendes, que é uma petista histórica, continua lá. O prefeito é do PT e nós temos tantos nomes que estão lá, talvez não no primeiro escalão, o Robledo Suarte, que é do PT, na Assistência Social. Então são muitos nomes que estão ainda. Talvez quem o presidente Donizeti queria que estivesse lá não esteja mais, mas o PT não se resume apenas no grupo dele, tem outras pessoas do partido que estão fazendo parte da administração do município de Palmas.
A sra. vê alguma retaliação pessoal para esse tipo de postura do PT contra a sra. e o prefeito Raul Filho?
Não vejo outra forma de explicar essa discriminação, porque até há bem pouco tempo o Donizeti fazia parte da administração e a administração era petista. Agora porque não tem algumas pessoas do grupo dele a administração deixa de ser petista? O PT não se resume apenas num grupo, nós somos todos nós, e o PT independentemente de quanto tempo você esteja filiado ou não, você tem o mesmo direito. Um petista que se filiou ontem tem o mesmo direito que um petista que tem 30 anos de partido. O que precisa acabar no Tocantins é isso, um grupo que está aí há muitos anos toma as decisões sem ouvir, eles falam que ouviram as bases, mas que bases? Eles já levam as questões aprovadas. Já pude ver e sentir na pele como eles decidem isso, então eu discordo plenamente. Eles precisam ouvir os líderes, quem tem mandato e tem representatividade, eu não quero dizer aqui que quem tem mandato não tem representatividade, mas precisam ouvir também quem tem voto no partido, quem tem prestígio político, não é só um grupo de petistas históricos tomar decisões e achar o que é melhor para eles. O PT precisa ser refundado na verdade, ele precisa passar por uma transformação para que realmente venha contemplar todos os petistas do Estado do Tocantins, porque como está eu te digo que é muito difícil. E o partido está sob o comando do Donizeti e do seu grupo, que tomam as decisões isoladas. Eles vão enfraquecer o Partido dos Trabalhadores do Estado do Tocantins, vão enfraquecer não, já enfraqueceram. Deixaram de ter a presidência da Assembleia, deixaram de ter dois cargos na mesa, isso por questões pessoais, porque o prefeito tirou algumas pessoas do grupo dele. Então ele talvez tenha motivação pessoal, nós não temos. A gente procurou, sabendo das divergências que tem dentro do partido, mas no PT é assim mesmo, têm muitas, mas hoje a divergência é muito pessoal e isso impossibilitou um grande crescimento do partido no Tocantins.
Como a sra. avalia o futuro do PT, que tem pretensão de comandar o governo do Estado?
Para que isso aconteça é preciso ter mudança no PT do Tocantins, tem que ter dentro do partido, dentro do comando, das decisões pessoas ou políticos que têm mandato, que têm cobrança do povo, não só um grupo que está lá e alguns que, às vezes, nem foram candidato a nada e que realmente seguem o que o presidente está falando que é melhor. Então é assim, eu sou uma deputada e não faço parte da executiva do partido, o prefeito Raul Filho também não, nem um vereador de Palmas, a capital do Estado, também não. Então é muito estranho. Nós confiávamos, achávamos que o partido estava sob o comando de uma pessoa, mas depois das primeiras decisões importantes em que não quiseram nem nos ouvir, e nós não tivemos a oportunidade de opinar, então percebemos que dentro do Partido dos Trabalhadores tem um comandante, ele decide juntamente com o prefeito José Santana o que é melhor para o partido e para eles.
A sra. e o prefeito Raul Filho foram convidados a se filiar ao PDT, como receberam o convite?
Não só o PDT, mas já tive convites de outros partidos da base da presidente Dilma, e me sinto feliz, prestigiada. E o que eu mais quero hoje é estar em um partido que eu chegue a uma reunião e que não seja discriminada até pela forma como eu me visto e como eu saio, a minha forma e o meu estilo. Eu acho que a pessoa tem que ser respeitadas e eu respeito às diferenças de qualquer pessoa, mas isso eu não senti dentro do Partido dos Trabalhadores. Até a minha aparência provocava irritação, preconceito, discriminação dentro do Partido dos Trabalhadores. Então eu quero estar num partido que as pessoas me valorizem, que me ajudem a crescer politicamente. Tenho projetos políticos, gosto da política, sempre fui uma política que pautei a minha vida com muita responsabilidade, nunca fui uma deputada de negociata, sempre aqui no Parlamento me posicionei de forma muito autêntica, independente, mas sempre de acordo com os meus princípios e os meus valores.
Como a sra. vê as articulações em torno da criação de um novo partido, o PDB? Poderia ser uma alternativa em caso de saída do PT?
Quem sabe, Partido da Democracia Brasileira, é outro partido que está sendo criado e isso vai ajudar bastante porque como eu que estou em um partido onde me sinto nessa situação, mesmo tendo motivos e justificativa para saída do PT, mas sei que vai ter questionamentos, então indo para um partido novo que está sendo criado eu não teria esse questionamento e teria a liberdade de mudar de partido. É interessante, eu estava lendo justamente ontem sobre esse partido que está sendo comandado pelo prefeito (de São Paulo Gilberto) Kassab e outras lideranças e até uma senadora do Tocantins na possibilidade de ir para esse partido. Mas eu tenho tempo para pensar apesar de não ser uma decisão só minha, várias pessoas vão me acompanhar nessa decisão, então nós temos até setembro para decidir para qual partido nós vamos porque nós temos um projeto político. O prefeito Raul Filho tem um projeto, só que ele não tem essa vontade de sair do Partido dos Trabalhadores, ele gosta do PT, ele é respeitado na cúpula nacional do Partido dos Trabalhadores, o único problema que a gente tem é com o PT do Tocantins, que não reconhece a nossa liderança, a nossa força política, o nosso trabalho e isso é lamentável. O prefeito Raul Filho tem esse projeto, nós temos esse projeto de chegar ao governo do Estado do Tocantins, é um projeto ousado, mas que vamos perseguir até nós termos essa vitória.
A oposição critica duramente as exonerações, o governo teria como evitar essa crise?
Um absurdo, um desrespeito porque eu ouvi em época de campanha que não haveria essas demissões antes de um concurso público, então são mais de 20 mil pessoas que estão desempregadas hoje no Estado do Tocantins e eu fui uma das deputadas que repudiaram o ato do atual governador
O prefeito Raul Filho cancelou a programação do carnaval e enfrenta questionamentos de vários setores. Foi um erro de falta de avaliação do prefeito, esta decisão?
Não é questão de erro, um prefeito precisa ter responsabilidade acima de tudo. Hoje a Prefeitura de Palmas passa por momentos difíceis, queda do FPM, vários problemas na nossa cidade, várias demandas, as obras do PAC que estão paralisadas, apenas 17% das obras do PAC em todo País foram finalizadas. E aqui nós temos várias obras dessas, então a prefeitura tem que priorizar o que é mais importante. O que é mais importante? É a saúde, é a educação ou é o carnaval? O carnaval é uma festa importante, eu gosto, gosto muito de carnaval e nesses seis anos o prefeito Raul Filho montou estruturas boas para o carnaval de Palmas, mas não podemos, numa capital que vai fazer 22 anos, uma festa como essa ser totalmente bancada pela poder público, 100% recursos da prefeitura. Então é difícil para o prefeito e ele teve que tomar essa decisão, é uma decisão corajosa, é impopular mas é necessária para que a gente garanta investimentos em outras áreas prioritárias de maior importância, não desmerecendo é claro uma festa cultural como o carnaval. O carnaval aqui na nossa Capital precisa ser repensado, precisa ser custeado porque realmente tem lucro nisso, que são as empresas privadas, as cervejarias. Então eles precisam pêr a mão no bolso e ajudar também o poder público a bancar. Isso o prefeito Raul neste ano não vai poder bancar por causa de vários problemas que passa a gestão.
Como fica a postura da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, que corre o sério risco de ter seus integrantes cooptados pelo governo?
É sempre assim, às vezes um grupo grande de oposição, mas eu tenho visto que o grupo dos 12 continua resistente. Tem dois deputados que se dizem independentes, que são os do PT, que não assumem nem que são governo nem que são oposição. E um que realmente foi para o lado da situação (Raimundo Palito). Eu vejo de forma natural porque o governo busca a qualquer custo ter maioria na Assembleia para aprovar os seus projetos, apesar de que nós da oposição não vamos barrar bons projetos para o Estado. Nós vamos querer discutir todos os projetos, mas eu vejo hoje 12 deputados muito firmes em suas decisões. Quando eu aceitei o desafio de ser candidata a presidente da Assembleia desse grupo, mesmo sabendo que num eventual empate eu perderia, era o único cargo que o governo ganhava no empate, era o do presidente, então eu fui confiante, primeiro na palavra desses homens e da deputada Josi, que nós estaríamos firmes numa oposição muito propositiva e responsável. Acredito na palavra desses deputados e deputadas e vamos manter aqui na Assembleia esse equilíbrio de forças de forma responsável, para que nós possamos dar segurança à sociedade, às instituições porque a nossa posição aqui na Assembleia beneficia todo o Tocantins. Às vezes tem gente que critica a oposição, fala, fala, mas sabe que é necessário que haja esses deputados aqui resistentes e aqueles mais fracos, aqueles que não conseguem resistir aos encantos e as benesses do poder, acabam indo para o governo, porque eu não vejo outra justificativa. Se eu sou uma deputada que fui eleita dentro de um partido num discurso contrário ao atual governador, aqui na Assembleia eu vou me manter dessa forma porque foi onde o povo me colocou, sendo oposição ao atual governador, mas oposição de forma responsável. Eu quero que o governo dê certo, eu quero que o governo Siqueira Campos, mesmo com as ideologias diferentes que nós temos, eu torço para que dê tudo certo. E o que depender da deputada Solange Duailibe esse governo dá certo. Mass não sou uma deputada de cabresto, não sou uma deputada que vou me curvar ao governo, mas vou estar aqui nesse Parlamento decidindo de forma independente o que é melhor pra o Estado do Tocantins.
A sra. mesmo não exercendo a função de primeira-dama tem realizado um trabalho social em Palmas. Como é a experiência de tirar crianças das ruas por meio da arte e cultura?
É sempre muito prazeroso a gente ajudar a combater a violência, as drogas, a prostituição. A Sol e Anjos é uma ONG que trabalha justamente com esses jovens e adolescentes. Nós vamos este ano funcionar na região sul, que vejo que é a região de maior vulnerabilidade. A região norte hoje está muito bem contemplada com boas escolas, escola de tempo integral e são bairros menores. Estamos indo agora para a região sul da cidade, Sol Nascente, Morada do Sol onde vejo que há maior necessidade de uma ONG como essa que vai tirar tantos meninos das ruas, das drogas, dando oportunidade de uma inserção cultural. Aula de balé, de canto, teclado, violão, flauta, coral, artes plásticas, artes cênicas, então isso tudo exerce um fascínio muito grande sobre as crianças e dessa forma a gente também dá a contribuição. Essa contribuição, essa ONG que foi fundada por mim e por um grupo de pessoas que acreditaram nesse projeto, dando a nossa contribuição como cidadãos, como agente político eu estou aqui e faço o meu trabalho, mas também como cidadã eu me dedico a essas questões, isso sem dizer que a Prefeitura de Palmas, que tem a Secretaria de Assistência Social com vários projetos, o Acolher para Crescer, que foi um projeto implantado por mim quando secretária da Assistência Social. Com ele nós tiramos crianças das ruas, inserimos em programas sociais, trabalhamos juntos a essas famílias. A poucos dias recebi o convite para ser madrinha de uma turma de 25 alunos de 16 anos, adolescentes que se profissionalizaram e que vão ter uma oportunidade de trabalho e de vida diferente. Então a Prefeitura de Palmas tem tido essa preocupação como o projeto Mamãe a Bordo, pegando as mães de nossa cidade levando do hospital até a sua casa, numa atenção muito especial. E tantos outros programas que se desenvolvem nos CRAS, que são as Casas da Família. Hoje são 11 casas espalhadas pela cidade, nos bairros mais vulneráveis, que atendem milhares e milhares de famílias palmenses.
Jornal Opção
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quinta-feira, fevereiro 24, 2011
“O comando do PT discrimina até a roupa que eu visto”
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