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segunda-feira, março 14, 2011

Já são 269 ataques de peçonhentos

A incidência de pessoas atacadas por animais peçonhentos é maior no período de chuva. Somente neste ano, entre janeiro e o início de março, as autoridades de saúde pública já registraram 269 acidentes em Mato Grosso. Em 2010, do total de 2.154 casos, 61% (1.334) ocorreram entre os meses de janeiro a março e de novembro a dezembro.
Este aumento, entre outros motivos, está relacionado aos hábitos dos animais. Nesse período, bichos como escorpiões, aranhas ou cobras se tornam mais ativos na busca de comida e de locais para reprodução. “Com o solo encharcado, os animais saem do seu habitat natural e vão em busca de abrigo e alimentos”, explicou a técnica responsável pelo Programa de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Sandra Carolina Vilela Lima.
Por isso, os cuidados devem ser tomados tanto na área urbana como na rural. Com as chuvas, os animais peçonhentos costumam procurar proteção nas casas ou jardins e, muitas vezes, se escondem em entulhos, roupas ou dentro dos calçados.
Por outro lado, outros fatores podem contribuir para a ocorrência dos acidentes, especialmente na área rural. “Principalmente porque os trabalhadores rurais não usam equipamento de proteção como botas, luvas e calças com tecido grosso, o que ajudaria e muito na prevenção dos acidentes”, alertou a bióloga Sandra Lima.
Dos 269 acidentes registrados este ano, 53 foram atendidos em Cuiabá. Deste total, 22 casos foram com escorpiões, 16, com serpentes (popularmente chamadas de cobras), 11, com aranhas, três, com lacrais e um, com marimbondos, conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Capital.
“Os escorpiões se alimentam de baratas, que vivem na rede de esgoto e é por onde os escorpiões entram nas casas”, explicou Sandra Lima informando que parte das notificações da Capital refere-se a pacientes oriundos de outros municípios da Baixada Cuiabana, como Várzea Grande.
Ainda conforme os dados da SMS, a maioria dos ataques (28) envolve homens. Mas os acidentes estão distribuídos em praticamente todas as faixas etárias, inclusive entre crianças, cujas sequelas podem ser mais danosas. “As consequências de uma picada de animal peçonhento variam de acordo com a espécie do animal agressor, mas em idosos, imunodepremidos e crianças até 10 anos os efeitos costumam ser mais intensos e sérios. Por isso, a importância das medidas de prevenção”, observou.
Por outro lado, havendo o acidente, a busca rápida pelo tratamento e a assistência adequada podem evitar danos maiores e as mortes. Neste ano, já foi registrado um óbito e, em 2010, ocorreram seis. “Demora no deslocamento (da vítima), e podem ocorrer falhas no diagnóstico e tratamento. A clínica de cada animal é específica e se o profissional acertar no diagnóstico o tratamento é certo, pois o soro não falta”, afirmou Sandra Lima.
Outros municípios com registro de ataques por animais peçonhentos no Estado são Sinop (13), Campo Verde (11), Confresa (10), Sorriso (10) e Colniza (8). Todos os dados são parciais e compõem o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde.

Diário de Cuiabá - JOANICE DE DEUS

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