Com um rebanho bovino constituído por 29,1 milhões de animais, o maior do país, Mato Grosso ainda não sabe quando irá integrar as informações sanitárias e de transporte do rebanho ao banco de dados nacional, criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Confederação Nacional de Agricultura (CNA). Denominado Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), o sistema foi apresentado a representantes do setor produtivo nesta quinta-feira (1º), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato). Por enquanto está sendo implantado em 7 estados brasileiros, sendo eles o Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio Grande do Sul, Rondônia e Pará.
Com a integração dos dados por uma plataforma única, os órgãos de fiscalização e os pecuaristas poderão acompanhar o trânsito dos animais para qualquer região do país, além das condições sanitárias de todo rebanho brasileiro, conforme informou o coordenador executivo da Comissão de Sanidade da CNA, Décio Coutinho, durante seminário sobre o novo sistema de rastreabilidade animal. Isso será possível porque a nova ferramenta permite integrar os dados do atual Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), da Guia de Trânsito Animal Eletrônica (e-GTA) e do Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF). Sendo assim, será possível aos órgãos de fiscalização averiguar a autenticidade dos documentos apresentados por pecuaristas e estabelecimentos ligados ao setor produtivo.
Membro do Comitê Técnico Consultivo do Sisbov, Luiz Carlos Meister ratifica que a mudança irá permitir o cadastramento de todas as propriedades produtoras de carne e leite do Brasil e a melhoria do controle de trânsito dos animais, já que os pecuaristas terão prazo máximo de 5 dias para confirmar a chegada dos animais transportados ao destino. “Se não informar no sistema, a propriedade ficará bloqueada para emissão de outras guias”. Recentemente, relata Meister, logo após o registro dos focos de aftosa no Paraguai, alguns animais foram transferidos do Mato Grosso do Sul para o Paraná, situação averiguada somente 17 dias depois da transferência, colocando em risco as condições sanitárias de outros estados. “Um dos nossos maiores problemas é que a Guia de Trânsito Animal (GTA) só vale até a fronteira”.
Superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, percebe o novo sistema como uma ferramenta de rastreabilidade complementar ao Sisbov. Para implantação da PGA em todo país, a CNA disponibilizou R$ 12 milhões, informou Coutinho. Mesmo assim, disse o secretário adjunto de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar de Mato Grosso (Sedraf), Luiz Carlos Alécio, é preciso avaliar quanto custará a implantação do programa no território estadual.
Outro problema apontado é que nem todos os pecuaristas têm acesso à internet. “Mas estamos no início da discussão para avaliar os graus de dificuldade e o banco de dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea)”. Prazo para implantação final do novo sistema não foi estabelecido pelo Ministério.
Fonte: A Gazeta
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