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quarta-feira, outubro 08, 2014

Taques não deverá interferir

O governador eleito Pedro Taques (PDT) afirma que não vai interferir na eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa. Com uma bancada composta por 11 dos 24 parlamentares, o pedetista diz que vai manter a relação de independência dos Poderes constituídos.
Apesar de não ter a maioria absoluta na Casa, o novo governador afirma que não vai articular nos bastidores a adesão de novos parlamentares para a sua base de apoio no Legislativo estadual.
Segundo Taques, a relação de seu governo com a AL será de independência e harmonia. Destaca que não quer um Legislativo submisso às vontades do Executivo estadual.
“Eu já comecei a ligar para todos os deputados estaduais para conversar com eles sobre o Mato Grosso a partir de 2015”, diz.
O principal argumento utilizado por Taques é de que em 2012 ele disputou a presidência do Senado contra o também senador Renan Calheiros (PMDB). Naquela eleição, o peemedebista tinha o apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) para suceder o então presidente da Casa, José Sarney (PMDB).
Taques teve apoio dos senadores de oposição, como a base governista é maior, Renan foi eleito para comandar o Senado. Enquanto o peemedebista teve 56 votos, Taques conseguiu o apoio de 18 senadores.
Nos bastidores o apoio do PR ao governo de Taques é visto como crucial. A legenda republicana fez a maior bancada na AL, com cinco deputados estaduais, inclusive o campeão de votos para o Legislativo estadual, o deputado Mauro Savi, que é o primeiro-secretário da mesa diretora.
Savi é visto como um nome forte para conquistar a mesa diretora no próximo biênio.
O republicano poderia angariar apoio da bancada com PSD, com o grupo liderado pelo deputado José Riva (PSD), que fez a segunda maior bancada, com quatro deputados estaduais.
Alguns deputados da nova base governista também ligações com Savi e dentro da nova composição da AL seria um dos nomes de consenso.
No período pré-eleitoral, as lideranças do PR ensaiaram um namoro com o grupo político de oposição, a ideia era que o deputado federal e senador eleito, Wellington Fagundes (PR) fosse o candidato ao Senado pelo grupo de oposição, o que não foi aceito pelos demais partidos.
O PR entrou divido no pleito: boa parte dos candidatos apoiava Wellington para o Senado e Taques para o governo do Estado, em detrimento da candidatura do ex-vereador Lúdio Cabral (PT). No reduto eleitoral de Savi (Sorriso), por exemplo, Taques teve 74,98% dos votos, contra 22,46% de Lúdio.
O afastamento de Taques da composição da mesa diretora abre espaço para que os próprios deputados articulem o comando do Legislativo. Essa articulação deve ficar por conta do deputado Zeca Viana (PDT), ligado a Taques e conhecedor dos bastidores da Assembleia Legislativa.

Por THIAGO ANDRADE

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