Por Jackelyne Pontes
De acordo com o dicionário, destino é um substantivo masculino que significa: ” tudo que é determinado pela providência ou pelas leis naturais; sorte, fado, fortuna. ” Essa frase que dá nome ao artigo de hoje sempre foi para mim uma espécie de mantra.
Enquanto as pessoas sempre tentam achar uma razão, uma lógica para os acontecimentos, eu simplesmente prefiro acreditar que já estava escrito, inclusive as situações positivas ou negativas pelas quais passamos para chegar a um determinado acontecimento já estavam previamente formatadas.
Às vezes uma única reação gera uma sequência de ações levando a um resultado inesperado, mas certamente já estávamos predestinados àquilo. Por exemplo: uma amizade de longa data pode revelar-se um amor verdadeiro, porque não? Sendo assim nada é por acaso.
O problema é que somos imediatistas, se algo acontece agora e nos desagrada, ficamos chateados e maldizemos o universo. Acontece que uma grande perda que agora é dolorosa e parece injusta, pode fazer sentido futuramente e nos trazer alegrias. Então aprendi a aceitar.
Cada um possui o seu destino, intransferível e implacável, penso eu, e a gente quase sempre não faz ideia de qual seja o nosso, e é frustrante reparar que ele chegou e nós simplesmente deixamos de reconhece-lo, por isso o meu segundo mantra é: “a vida é curta! ”. Arrisco mesmo! Mas quando é para ser, mesmo que tentamos reagir, acontece. Aí deixo fluir.
Quando a vida nos coloca de frente com o nosso destino é como se as peças de uns quebra cabeças, que estavam espalhadas pela imensidão do mundo, fossem finalmente agrupadas. Pacientemente colocadas uma a uma no seu devido lugar, formando um desenho que sempre existiu ali, mas ninguém nunca conseguiu ver, ou nunca quis ver.
Acredito também em reencontros, daqueles que nos assolam de maneira arrebatadora, que acontecem na hora certa e quando estamos preparados, “treinados” pelas experiências anteriores, e maduros para entender que nada se constrói sem um bom alicerce.Tudo é uma questão de tempo.
Não acredito em meras coincidências, muito menos na desordem organizada, espalhada ao vento pela teoria do caos. Sabe aquela viagem que ao apontarmos o local no mapa sabemos que o bilhete e o acento já foram reservados com antecedência?
Por mais que a gente fuja, ele, o destino, arruma um jeito de se fazer presente, de diversas maneiras, seja através de um post nas redes sociais, de uma música especial, de um roteiro de viagem ou de uma oportunidade de crescimento profissional. Ele está lá, desfazendo e ressignificando planos.
Por mais piegas que isso pareça, o destino é artesão, daqueles de mão cheia, que com linha e agulha remenda, borda, costura e refaz valores, situações, vidas. Dá nova chance.
Atitudes honestas, autoconhecimento, e a certeza de querer acertar após tantos tropeços nos faz ver que para deixar que as coisas aconteçam e fluam de acordo com o que estava predestinado basta um clique, uma ligação, uma vontade. Mesmo que demore 18 anos.
Seja bem-vindo, destino. Obrigada por me salvar!
Jackelyne Pontes é cirurgiã-dentista, mestre em Saúde Coletiva, diretora do Sinodonto-MT (Sindicato dos Odontologistas do Estado de Mato Grosso) jackelynepontes@gmail.com
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