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segunda-feira, julho 13, 2020

Neurilan diz que Cuiabá recebe por cada paciente que atende do interior, ao se contrapor a Emanuel

Reprodução
Ponderado, mas incisivo, o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga(PL) classificou como separatista, o posicionamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), ao apontar Cuiabá, como 'a mãe de todos os municípios', ao ressaltar que 65% dos atendimentos realizados aos pacientes com a covid-19, seriam do interior do Estado.

A declaração do prefeito emedebista foi dada nesta segunda-feira (13), ao anunciar a abertura de 20 novos leitos de UTI, exclusivos para a covid-19, e prontos para serem instalados no Hospital Pronto Socorro, unidade referência para o enfrentamento da doença, na capital.

Ao se contrapor à declaração de Pinheiro, o presidente da AMM, apontou que o prefeito emedebista pode estar tentando justificar o colapso da saúde na capital, culpando o número de pacientes do interior que têm sido atendidos em Cuiabá e Várzea Grande.

Ao se contrapor à declaração de Pinheiro, o presidente da AMM, apontou que o prefeito emedebista pode estar tentando justificar o colapso da saúde na capital, culpando o número de pacientes do interior que têm sido atendidos em Cuiabá e Várzea Grande. Contudo, para Neurilan, este seria um discurso equivocado, já que a capital recebe os maiores recursos federais pelo fato de ser Gestão Plena [modelo preconizado pelo SUS como forma de descentralização e implantação das políticas públicas de saúde. Assim, com maiores ferramentas para estabelecer uma espécie de controle sobre as outras cidades].

Ainda apontando que da verba da União, enviada aos municípios - ao todo R$ 94 milhões - R$ 42,9 milhões ficaram com Cuiabá, exatamente para realizar este atendimento a todos os pacientes que são regulados pelo do SUS. "Espero que o prefeito de Cuibá não esteja culpando o interior do Estado. Pois este seria um discurso separatista. Pois ele está tentando justificar o fato do sistema de saúde de Cuiaba já ter entrando em colapso, jogando para interior, sendo que a capital recebe para isto".

Neurilan ainda explicou que 70% dos habitantes de Mato Grosso estão no interior, onde a estrutura de saúde é muito frágil e, assim, com grande facilidade de vivenciar um colapso na saúde. Mas ao eximir de culpa sobre este colapso, o governador democrata Mauro Mendes, Neurilan apontou para os seus antecessores, a falta de compromisso do aparato estatal, por não terem investido na estruturação da saúde do interior.

E como exemplo, chegou a citar cidades do Leste do Araguaia, como como São Félix, Confresa, Porto Alegre, municípios, ainda de acordo com o presidente da AMM, que estariam completamente desassistidos. 'O que, claro, acaba sobrecarregando Cuiaba e Várzea Grande. E mostrando a frágil estrutura na área, em particular, na atenção básica'.

"Esta pandemia está mostrando que o interior não possui estrutura básica na área saúde. Mas a culpa não é do governador Mauro Mendes, mas dos outros governadores que não investiram no interior. Mas é preciso dizer que muitos municípios estão fazendo seu papel, com barreiras sanitárias e medidas preventivas, exigindo o isolamento social e o uso de máscaras. Contudo, não tem nem 10 cidades do Estado que tem estrutura, a não ser Unidades de Saúde Básica. Por isso eles vêm pra Cuiabá e vão continuar vindo [...] Como temos poucos profissionais de saúde e Cuiabá é Gestão Plena, os pacientes acabam recorrendo a capital".

Neurilan também fez questão de frisar que municípios que mandam pacientes para a capital, pagam à Cuiabá por este atendimento, em uma espécie de convênio. "Quando atendem um paciente de Rosário Oeste, por exemplo, quem fica com o recurso daquele atendimento é Cuiabá, pelo SUS. Foi feito esse acordo e isso é regulado".

Entenda o caso

Nesta segunda, o prefeito Emanuel Pinheiro anunciou em live realizada por meio das redes oficiais da Prefeitura de Cuiabá, ao lado do filho, o deputado federal petebista, Emanuelzinho Neto e do presidente da Câmara de Vereadores, Misael Galvão (PTB), a abertura de novos leitos de UTI. Ressaltando que estes novos leitos só puderam ser abertos, graças a ação do deputado Emanuelzinho, que assegurou, em Brasília, junto ao Ministério da Saúde, 40 respiradores mecânicos, que já estariam em Cuiabá. Com estes novos leitos e os outros que a capital já possui, para o atendimento do novo coronavírus, já são 115 UTIs. Além de outras 10 que serão, em breve, implantadas.

E evitando apontar nomes ou realizar uma crítica explícita contra o governo, Pinheiro fez questão de ressaltar, entretanto, que levando em consideração os leitos até agora disponibilizados pelo Estado, ao todo 265 leitos exclusivos para a covid-19, Cuiabá, agora com 115 leitos, representaria quase 50% do total de todas as UTIs disponibilizadas para os pacientes com a infecção. Ao reiterar o trabalho intenso de sua administração em ações e medidas no combate e enfrentamento à covid-19.

"Apesar de alguns percalços, apesar de não ter tido o apoio necessário de alguns segmentos, estamos avançando. E Cuiabá, hoje, consegue atingir números significativos de preservação à vida, não obstante o número de casos confirmados e óbitos. E se não fosse o trabalho da Prefeitura de Cuiabá teríamos um saldo muito maior de casos e mortes pelo novo coronavírus".

Pontuando que no início da pandemia, Cuiabá era responsável por 63% de todos os casos confirmados da doença, no Estado. E, hoje, com as medidas tomadas por meio de decretos e regras rígidas de biossegurança, a capital representa 24% deste casos, mostrando que a doença está cada vez mais se interiorizando.

E que, claro, como Cuiabá 'é a mãe de todos', e assim possuiria a maior estrutura hospitalar, ele [Pinheiro] estaria estruturando ainda mais a capital, para atender não só a população cuiabana mas, igualmente, o interior de Mato Grosso. (Com informações do PnB)

Marisa Batalha/O Bom da Notícia

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