O governador Silval Barbosa determinou que cinco oficiais da Polícia Militar supostamente envolvidos em esquemas de pistolagem e grilagem de terras no Estado, na região do Araguaia, sejam novamente investigados no âmbito administrativo por um Conselho de Justificação. O grupo foi alvo da Operação Pluma da Polícia Federal em 2009 e entre os acusados está o ex-comandante da PM em Mato Grosso, coronel Adailton Evaristo Moraes Costa.
O despacho, a ser cumprido com urgência, foi publicado na edição desta segunda-feira do Diário Oficial do Estado (DOE). O governador declarou a nulidade total do Conselho de Justificação nomeado no ano passado para apurar as condutas do ex-comandante, do coronel Elierson Metello de Siqueira, dos majores Wlamir Luiz Gama de Figueiredo e José Carlos de Moraes e do capitão Robson de Oliveira Curi.
Todos haviam sido apontados como participantes na organização criminosa desbaratada pela Polícia Federal em julho de 2009, mas até hoje continuam sem ser formalmente acusados ou sequer responsabilizados administrativamente.
Reportagem do Diário de agosto do ano passado mostrava, inclusive, que alguns dos policiais apontados continuavam na ativa normalmente, embora alocados em funções burocráticas, como o ex-comandante da PM de Tangará da Serra, Elierson Metello. Apontado como o líder da “ação fardada” na organização criminosa voltada à grilagem no Araguaia, após sair da prisão ele voltou à PM para trabalhar numa função administrativa do Comando Geral.
De acordo com o despacho publicado no DOE, o Conselho de Justificação que apurou as condutas dos oficiais, após os trabalhos, não apresentou qualquer acusação contra os oficiais e sugeriu a extinção do processo e seu arquivamento. Os papéis foram encaminhados ao Comando Geral da PM e, depois ao gabinete do governador e à Procuradoria Geral do Estado, que se manifestou pela nulidade do Conselho.
Na análise dos autos, foi constatado que o processo não seguiu os devidos trâmites e que desconsiderou elementos que, por si só, já corroborariam acusações contra os oficiais – como a transcrição do pedido de prisão temporária para os oficiais, que especifica o papel de cada um na organização criminosa.
“A vista do farto material constante dos autos, a ausência da entrega do Libelo Acusatório pela Comissão não se justifica, e constitui motivo para não concordar com a extinção dos autos e seu arquivamento”, traz o despacho, determinando nova investigação.
Os oficiais em questão são acusados de mover um esquema milionário, com pistolagem e grilagem de terras. Um dos principais negócios consistia na retirada ilegal de madeira da área indígena Maraiwatsede, na região de Alto Boa Vista (1.059 km de Cuiabá), ação liderada por Gilberto Rezende, o “Gilbertão” – foragido. Dezesseis pessoas chegaram a ser presas na operação, entre elas o ex-prefeito de Porto Alegre do Norte, Luiz Carlos Machado, o “Luiz Bang”.
Fonte: Jornal a Gazeta Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário