Para deputado Daltinho, interesse individual prejudicou desenvolvimento
Widson Maradona
Adauto de Freitas (PMDB) avaliou como prejudicial o modelo de gestão de políticos do passado
O deputado estadual Adauto de Freitas (PMDB) avaliou que a falta de representantes do Vale do Araguaia na política de Mato Grosso, atualmente, é reflexo de lideranças do passado, que se preocuparam mais em benefícios próprios do que em melhorias na infraestrutura local. Para ele, ao invés de injetar recursos na geração de riquezas, o individualismo prevaleceu.
Sem citar nomes, Adauto, que é de Barra do Garças (509 km a Leste de Cuiabá), usou o município como exemplo. Conforme o parlamentar, se há 20 anos a Barra chegou a ser a terceira maior economia do Estado e teve nomes fortes como do ex-governador Wilmar Peres, falecido em 2006, hoje não há nenhum nome de destaque.
"Minha tese é que no passado tínhamos lideranças importantes para Mato Grosso e ao longo do tempo elas não ajudaram a economia do Araguaia. Enquanto outras regiões, como o Nortão, através do mandato de deputados estaduais e federais, conseguiram oxigenar e dar infraestrutura a estes locais, o Vale do Araguaia estava alheio e os interesses políticos estavam acima", analisou.
Por outro lado, de acordo com Adauto, em entrevista a Rádio Cidade, um ponto forte da inexistência de representantes eleitos diretamente da região na última eleição (2010) é que se antes poucos candidatos pediam votos no Vale do Araguaia, atualmente a pulverização é gigante.
Ou seja, são muitas opções sem foco adequado e, juntando-se a prática de compra de votos, o processo eleitoral acabou se tornando fraco e incipiente.
Segundo o parlamentar, no passado, praticamente o único a realizar campanha extensa pelo Araguaia, pedindo votos, era o ex-deputado estadual Humberto Bosaipo, também de Barra do Garças.
"Não só da base governista, mas foi uma avalanche de deputados buscando votos no Araguaia. Partidos estimulando candidatos e o povo não entendeu que deveria ser dada uma continuidade a políticos locais. Muitos diziam ‘o Daltinho está eleito, vamos votar em outro ou vamos vender o voto'. E eu não fui", lembrou.
Vaga na Assembleia
Atualmente na vaga da deputada eleita Teté Bezerra, que está na Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo (Sedtur), Adauto de Freitas, primeiro suplemente do PMDB, afirmou que ainda espera decisão de outros julgamentos no país pelo Superior Tribunal Federal (STF) para garantir sua situação.
Apesar de estar no lugar de Teté, a vaga primeiramente foi ocupada pelo deputado estadual Emmanuel Pinheiro (PR). A "briga" se deu pelo fato de Adauto entender que o direito pela suplência é do partido originário de Teté, já para Pinheiro, a vaga era da coligação.
A última decisão, de março, do juiz de 2º grau, Gilberto Giradelli, foi a de que o partido assumiria. Apesar disso, Pinheiro permanece na Casa, ocupando o lugar do deputado Mauro Savi (PR), afastado por problemas de saúde.
Agora, segundo Daltinho, a partir do dia 27 deste mês, com outros julgamentos pelo STF de casos semelhantes, ele espera que a decisão permaneça.
"É a partir do dia 27 que vamos ter uma tranquilidade maior. Acredito que estamos em um caminho de acomodação para essa tese e acho que o bom senso leva para que nós continuemos no cargo".
Por ISA SOUSA
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