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quarta-feira, julho 11, 2012

Demóstenes é o segundo senador da história a perder mandato no voto

De Brasília - Vinícius Tavares

Foto: Agência Senado

Demóstenes é o segundo senador da história a perder mandato no voto

Em decisão histórica, o Senado Federal cassou o mandato do senador goiano Demóstenes Torres (sem partido). Por 56 votos contra 19 e 5 abstenções, o plenário ratificou a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, que considerou Demóstenes passível de perder o mandato por suas ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes é o segundo senador da história do Senado a perder o mandato por quebra de decoro parlamentar. O primeiro foi o ex-senador Luiz Estevão, envolvido no escândalo da violação do painel do Senado, em 2000.
Com a decisão, o ex-senador perde seus direitos políticos e ficará oito anos inelegível. Ele só poderá retomar sua carreira política quando tiver 66 anos. Acompanhado do seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e seguido por um batalhão de jornalistas, Demóstenes deixou as dependências do Senado no mais completo silêncio.
O anúncio foi feito pelo senador José Sarney, que encerrou a sessão logo após a decretação do resultado. Em Brasília, a decisão foi comemorada com fogos de artifício.
Antes do início da votação, o ex-senador tentou provar aos demais a inocência das acusações. Segundo ele, a única falha de Demóstenes foi ter recebido um rádio comunicador do contraventor Cachoeira
"Eu não menti aqui. Em jamais menti aqui. Eu tenho conduta parlamentar impecável", afirmou, quase de forma desesperada, pouco antes de ser cassado.
Apesar de somente Luiz Estevão ter perdido o mandato pelo voto dos colegas, a Justiça Eleitoral já cassou outros senadores. Em 1994, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o senador Humberto Lucena (PMDB-PB), que usou a gráfica da Casa para imprimir 130 mil calendários de sua campanha à reeleição. Lucena, no entanto, ficou no cargo porque foi anistiado pelo Congresso. Foi senador até morrer, em 1998.
Em 2000, Ernandes Amorim (PPB-RO) também foi cassado pelo TSE, acusado de abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 1994. Em 2004, o atual senador João Capiberibe (PSB-AP) foi cassado por compra de votos na eleição de 2002. Outro cassado foi Expedito Ferreira Júnior (PR-RO), em 2008, por compra de votos nas eleições de 2006. Com recursos, ele ficou no cargo até o ano seguinte, quando o STF determinou seu afastamento.

Fonte: Olhar Direto

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