Comissão de Direitos Humanos da Casa organiza audiência pública para a próxima semana. Petição online em prol da causa dos indígenas ultrapassou a meta de 200 mil assinaturas
Por Márcia Sousa
A situação dos índios Guarani-Kaiowá, que por meio de carta trataram da possibilidade de “morte coletiva” das tribos, deve ser debatida em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado na próxima semana. A comunidade indígena Pyelito Kue está sendo ameaçada de despejo de suas terras tradicionais, à beira do rio Hovy, no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul.
O presidente da Comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), pretende aprovar já na segunda-feira, 29, um requerimento neste sentido. “Podemos ter lá uma matança, um assassinato coletivo, ou genocídio. Não importa o nome, o que importa é que homens e mulheres índios poderão perder a vida devido ao conflito lá instalado”, destacou o parlamentar.
A região que hoje conta com 170 índios das tribos Guarani e Kaiowá é disputada há décadas com fazendeiros. Em setembro o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) determinou a reintegração de posse e a retirada da comunidade do local. Também nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) em Dourados (MS) recorreu ao TRF3 contra a decisão da 1ª Vara Federal em Naviraí (MS).
O documento escrito pelos líderes indígenas denuncia a morte de quatro índios, sendo dois por suicídio e dois por tortura cometida por pistoleiros contratados pelos fazendeiros. Na carta, que obteve grande repercussão nas redes sociais e na imprensa estrangeira, os índios afirmam que das terras de seus antepassados não sairão “nem vivos nem mortos”, chegando a pedir que tratores cavem grandes covas para enterrá-los todos ali.
Outros senadores também se manifestaram sobre a situação. Na sessão plenária de hoje, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) alertou para a gravidade do problema e pediu ação rápida do Ministério da Justiça.
Na semana passada, índios das tribos Guarani e Kaiowá colocaram mais de 5 mil cruzes no gramado da Esplanada dos Ministérios em protesto à violência que a comunidade indígena vem sofrendo no país. A petição online criada em prol da causa, cuja meta nesta manhã era 200 mil assinaturas, já ultrapassou essa marca. Agora a meta são 300 mil assinaturas.
Fonte: Rádio Rio Vermelho
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