Por Flávia Borges Foto: Olhar Direto
O advogado Ulisses Rabaneda, que defende a ex-primeira-dama do Estado, Roseli Barbosa, diz que já ingressou com pedido de Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça e que a qualquer momento Roseli pode deixar o Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, localizado no Distrito Industrial, em Cuiabá. O habeas corpus foi distribuído ao desembargador Rondon Bassil Dower Filho, da Primeira Câmara Criminal.
“Já ingressamos com o pedido e agora cabe ao Poder Judiciário julgar. Acreditamos, porém, que até segunda ou terça-feira já tenhamos uma decisão”, afirmou o advogado.
Para ele, a prisão foi desnecessária e baseada em uma delação. “Prenderam para depois perguntar. No sistema constitucional, primeiro se apura, dá-se a oportunidade de defesa para depois prender, a menos que alguma prova incrimine a pessoa. Respeitamos a Justiça, mas no caso dela avalio como uma prisão desnecessária e precipitada”, afirmou Rabaneda.
O advogado afirmou que Roseli foi surpreendida com o mandado de prisão e que está bastante chateada e constrangida enquanto figura pública, mas que confia na Justiça. “É claro que isso tudo traz um constrangimento. Mas ela diz o tempo todo que confia na Justiça e que acredita que será inocentada”, garantiu o jurista.
Roseli chegou ao presídio feminino por volta de uma hora da manhã desta sexta-feira (21). O advogado da esposa de Silval Barbosa, Ulisses Rabaneda, confirmou ainda que durante o banho de sol, ela também não terá contato com as outras reeducandas.
Como ainda passa pelo período de 24 horas de adequação, Roseli não poderá receber visitas até o próximo domingo (23). Depois disto, familiares - previamente cadastrados e em posse de carteirinha de identificação - assim como acontece no presídio do Carumbé, poderão entrar. Apenas o advogado tem acesso irrestrito ao local (em horário comercial). O dia em que Silval poderá visitar a esposa também não foi confirmado.
Operação Ouro de Tolo
A Operação Ouro de Tolo é um desdobramento da Operação Arqueiro. Traz investigações complementares efetivadas acerca dos crimes cometidos no âmbito da Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas) na gestão de Roseli.
Além da expedição de mandados de prisão em desfavor dos nominados líderes da organização criminosa instalada na Setas, também foi decretado o seqüestro judicial de inúmeros bens imóveis.
Operação Arqueiro
Todo o esquema teria acontecido entre 2012 e 2013, durante a gestão de Roseli. A Setas teria contratado a empresa Microlins e os Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) para executar programas sociais referentes ao “Qualifica Mato Grosso”, “Copa em Ação”, entre outros através do uso de “laranjas”. Na ação a qualidade desses cursos também é questionada.
O MPE narra um esquema de desvio de verbas públicas, que seria encabeçado pelo denunciado Paulo César Lemes, o qual teria forjado a criação de institutos sem fins lucrativos “de fachada”, visando burlar a legislação e contratar diretamente com a Administração Pública, sem necessidade de concorrer em licitação. A denúncia aponta minuciosamente para as ações fraudulentas, as datas e o modo como ocorreram.
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