Por Arthur Santos da Silva
A INTERGRAF gráfica e editora (EGP da Silva), citada nas investigações do Ministério Público de Mato Grosso, provenientes da Operação Arqueiro, responsável por investigar um esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas), é figura velha em denúncias de corrupção: além de ser citada em ação por suposta subtração e lavagem de R$ 8 milhões sob a gestão Roseli Barbosa, a empresa foi também citada em delação premiada do ex-deputado estadual Maksuês Leite, durante a Operação Aprendiz, que apurava fraudes de R$ 1,6 milhão na Câmara de Cuiabá. A colaboração de Maksuês com a Justiça subsidiou investigação que culminou na Operação Edição Extra, que lançou luz sobre um possível vício administrativo na Assembleia Legislativa que lesou os cofres públicos em aproximadamente R$ 40 milhões.
Mesmo com indícios primários, os autos dos casos não referenciam possíveis ligações entre os supostos crimes, descartando representação, de forma aparente, sobre admissíveis laços nos esquemas.
Na Operação Arqueiro, passando por citação nos autos correntes na Sétima Vara Criminal desde março de 2015, a participação da gráfica no suposto conluio foi confirmada pelo delator Paulo César Lemes, durante depoimento ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) – ligado ao MPE. Mais onze empresas, segundo apontamento primário, faziam parte do esquema avaliado em R$ 8 milhões.
O ex-deputado estadual Maksuês Leite, durante delação responsável por embasar uma operação desencadeada em 2014, sob o nome “Edição Extra”, mencionou a INTERGRAF como receptadora, também, de valores desviados na Assembleia Legislativa. A figura chefe dos crimes, neste caso, não seria Barsosa e sim o ex-presidente da Casa de Leis” mato-grossense.
“Esclarece que em conversas com outras pessoas do setor gráfico, tais como IRAN da KCM, EVANDRO da INTERGRAF, RONI da DELIZ e COELHO da COELHO e JORGE DEFANTI da DEFANTI e todos confirmaram para o declarante que mantinham o mesmo esquema com a AL”, elucidou a delação de Maksuês.
Na ação proveniente da Operação Edição Extra, são réus: o deputado Mauro Savi, o ex-parlamentar José Riva , e os servidores públicos Luiz Márcio Pommot, Djan da Luz Clivati e Gleisy Ferreira de Souza e o empresário Jorge Luiz Martins Defanti.
Operação Arqueiro
Todo o esquema teria acontecido entre 2012 e 2013, durante a gestão de Roseli. A Setas teria contratado a empresa Microlins e os Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) para executar programas sociais referentes ao “Qualifica Mato Grosso”, “Copa em Ação”, entre outros através do uso de “laranjas”. Na ação a qualidade desses cursos também é questionada.
O MPE narra um plano de desvio de verbas públicas, que seria encabeçado pelo denunciado Paulo César Lemes, o qual teria forjado a criação de institutos sem fins lucrativos “de fachada”, visando burlar a legislação e contratar diretamente com a Administração Pública, sem necessidade de concorrer em licitação.
São réus na ação: Roseli Barbosa, Paulo César Lemes, Joeldes Lazzari Lemes, Edvaldo de Paiva, Sivaldo Antonio da Silva, Nilson da Costa Faria, Valentina de Fátima Dragoni, Aroldo Portela da Silva, Wagner, Ferreira de Vasconcelos, Ricardo Mário Ceccarelli, Jesus Onofre da Silva, Francisco Carlos de Pinho, Paulo Vítor Borges Portella, Jean Estevan Campos de Oliveira,Vanessa Rosin Figueiredo, Rodrigo de Marchi, Rosamaria Ferreira de Carvalho, Karen Rubn, Murilo César Leite Gattass Orro, Eldo Leite Gattass Orro, Valdizar Paula de Andrade Evandro Gustavo Pontes da Silva, Ricardo José Marques dos Reis, Pedro Pereira Oliveira, Luiz Antonio Medrado Queiroz, Rosana Gularte dos Santos Silva, Willian Luiz da Silva, Josenilton Magalhães Bezerra, Ildevan Pietro Gomes Luzardo Pizza, Adilson Vilarindo de Almeida, Silva Rosemary Rocha da Costa Ramos, Isabela Karla Campos Santana, Heliza Rocha Gomes Duarte, Silvio Cézar Corrêa Araújo, Lídio Moreira dos Santos
Prisões
Roseli Barbosa foi presa preventivamente na tarde da última quinta-feira (20), em São Paulo, durante a Operação Ouro de Tolo, um desdobramento da Operação Arqueiro. Também sofreram detenção Nilson da Costa e Faria, Rodrigo de Marchi e Silvio Cezar Correa Araújo (Ex chefe de gabinete do então governador, Silval Barbosa). No total, 33 pessoas foram denunciadas pelo Gaeco.
Edição Extra
Deflagrada pela Delegacia Fazendária, a operação Edição Extra investiga fraudes em licitações ocorridas em 2011, na Assembleia Legislativa. O esquema teria lesado os cofres públicos em R$ 40 milhões.
Outro lado
A empresa INTERGRAF informou, por telefone, que efetuará pronunciamento sobre as investigações na próxima segunda-feira (24).
Nenhum comentário:
Postar um comentário